Pesquisar este blog

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O direito à liberdade : mas que liberdade? Parte 1


Antes de começar o texto propriamente dito é bom esclarecer que a análise inicial deste texto não reflete necessariamente minha opinião o que será feito na conclusão sobre a temática em outras postagens. Este é apenas um trecho introdutório dirigido aos meus alunos.
Uma sociedade justa passa certamente pelo direito à liberdade[1], mas ao contrário do que muitos possam pensar a liberdade está sempre acompanhada de outros elementos. Um desses elementos é a responsabilidade, já que toda ação livre supõe que o sujeito da ação arque com suas consequências.
No Brasil a liberdade é uma garantia de sua Constituição promulgada no ano de 1988, que também aponta para a responsabilidade que citamos acima. O texto constitucional diz o seguinte:

Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (EC no 45/2004) [destaque meu]
(...)
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
(...)
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, Subscretaria de Edições Técnicas, 2006.

Como vimos a Constituição brasileira garante a liberdade de pensamento e também de expressão, entretanto, não é qualquer tipo de liberdade, ou melhor, de libertinagem, sem ordem, sem respeito. A pessoa é livre para se manifestar, mas não pode se manter anônima, ou seja, sem prestar-se a dar resposta quando acionada. A pessoa não pode como diz o ditado “fazer o que der na telha” sem respeitar as leis do país, as pessoas e as autoridades. E nesse ponto a lei encontra a ética. Um sujeito ético deve ter em vista que a liberdade é um direito, mas não um direito sem dever, sem respeito, pois ainda que as leis falhem e a liberdade de expressão seja ferida devemos manter a liberdade mais ampla que não pode ser garantida por nenhuma lei, a liberdade da nossa consciência.
Os jovens devem refletir sobre isso, pois muitos gritam pelas ruas que são livres, mas suas consciências são prisioneiras de sua irresponsabilidade. E não apenas os jovens, mas também vários adultos se esquecem que a liberdade é um direito que se conquista dia a dia com nossas atitudes, com respeito e com plena consciência que se mal utilizada a liberdade pode se torna a pior escravidão: sermos escravos de nossas caprichos.





[1]É importante observar que o termo liberdade é tomado em alguns pontos do texto com o mesmo sentido de livre-arbítrio.