Hoje, um dia chuvoso de
agosto, celebramos o sétimo dia de falecimento do pai de minha noiva o sr. João
Barbosa de Morais. Homem de poucas palavras, sistemático e cumpridor dos seus
deveres. Convivi com ele pouco tempo, aproximadamente três anos, mas o
suficiente para admirá-lo pelas virtudes que levou consigo até o fim de sua
vida. Não pretendo aqui eleva-lo à perfeição, afinal como todos nós ele tinha
suas limitações, pretendo expor o que me impressionou sobremaneira em sua
pessoa; a forma como lidou com a doença.
Muitos de nós na situação
em que ele se encontrava poderiam facilmente perder a fé reclamando de sua má
sorte, entretanto, a resignação com os desígnios do Senhor fizerem dos momentos
que passei com ele um aprendizado único. Nem a dor nem as limitações fizeram
com que ele perdesse a paciência ou a esperança, ainda que em alguns momentos
ele preferisse ficar sozinho em silêncio sem ser incomodado, penso que com isso
ele queria poupar sua família de mais sofrimentos.
Pude também antes disso
trabalhar com ele e constatar a seriedade e a honradez com a qual dirigia suas
tarefas. Numa época na qual muitos fogem de suas responsabilidades era
reconfortante ver nele um exemplar mineiro clássico, íntegro e correto em suas
atividades.
Por fim falo de algo que
a princípio me envergonhou: a fortaleza de sua fé e sua perseverança na oração,
as mais simples, mas em compensação as mais sinceras e devotas de quem acredita
na presença de Deus em sua vida e nutre amor filial à Mãe Aparecida. Nossos
tempos precisam mais disso, menos instrução e mais sabedoria, menos
autossuficiência e mais fé, por isso, agradeço a Nosso Senhor o privilégio de
ter me concedido conviver com o sr. João Barbosa e ajuda-lo um pouco quando ele
precisou. Peço agora que Deus conforte os seus e lhe receba na Glória,
premiando-o com a Vida Eterna em Vossa presença.
Lino Batista
Belo
Horizonte, 16 de agosto de 2012