De novo o STF...

Muitas pessoas estão focando, não sem certa razão na decisão do STF, mas se esquecem que bem ou mal os ministros tiveram respaldo da Constituição Federal. Aí mora o perigo. Há um propósito em se ter tantas leis e deixa-las textualmente ambíguas. Propósito nem sempre tão claro e, por isso mesmo vitorioso. Propósito de transformar a sociedade desde cima, a partir de alguns iluminados que se julgam dotados da razão e, intocáveis na prática, vide o que tem feito o ministro Marco Aurélio exigindo ser tratado com pompas, reclamando que uma funcionária tenha se dirigido a ele.Tudo isso, é claro, com uma roupagem democrática, afinal o poder emana do povo não é mesmo? E não é só no Brasil, vide o caso do Brexit.

Então não é de se estranhar que o STF tome uma decisão impopular que favoreça principalmente criminosos do colarinho branco, com recursos para levar ao infinito seu pleitos judiciários. Não é de se estranhar também que tal decisão venha a beneficiar especialmente ao partido que moralista nos anos 1990, mostrou sua verdadeira cara corrupta nos anos 2000 e que apoiando essa decisão, que nem sempre apoiou, tenha beneficiado seu suposto maior inimigo o PSDB, o baluarte da direita (sic) brasileira, que obviamente não é de direita. Não se iludam! Esse problema não é só do STF e essa batalha não é meramente política, é uma batalha contra o bom senso, contra a Verdadeira Justiça e contra a VERDADE!

Pensamento avulso XLII

Se eu tivesse tempo e conhecimento musical suficiente escreveria algo mais substancial sobre a quase total decadência da música brasileira popular.

Letras pobres, repetitivas, monotemáticas, melodias vazias e previsíveis, ritmo acelerado e cansativo, esse é o cenário. Os tempos mudam dizem alguns, e eles estão certos, mas isso não significa que devamos aplaudir as mudanças. Enquanto isso, fico aqui com um Cartola, um Adoniran Barbosa...

Ai de ti Brasil!

Pensamento avulso XLI

Seja você contra, a favor ou indiferente em relação ao Bolsonaro, mas uma coisa é certa, assim como o Ronaldinho Gaúcho revelou o Atlético-MG para o futebol mundial, o Bolsonaro revelou o PSL para a política nacional.

Pensamento avulso XL

Os fiéis católicos, abandonados que estão por grande parte do clero, perderam a noção do sagrado. Certamente a "reforma" litúrgica tem papel preponderante nisso e a centralidade do Sacrífico de Nosso Senhor foi perdida, infelizmente.

Em meio a esse cenário caótico e desolador, vimos ontem mais um capítulo triste dessa história. O presidente Jair Bolsonaro que assistiu missa ontem em Aparecida recebeu um misto de vaias e aplausos em pleno Santuário. Isso revela que tanto quem aplaudiu quanto quem vaiou não tinha menor noção de onde estava. Desde pequeno fui ensinado por minha mãe, que recebera um bom catecismo, que igreja (católica) não é lugar para bater palmas ou gritar, mas os tempos mudaram não é mesmo?! E se houver uma causa política então... Aí sim está tudo válido. E tudo com a anuência dos bispos que fazem vistas grossas. Isso quando não são eles mesmos os primeiros a puxarem as vaias ou a baterem palmas.

Pensamento avulso XXXIX

Foi-se o tempo em que artistas do mainstream, esportistas e afins gastavam seu tempo livre com orgias, bebedeiras, compras extravagantes, entre outros exageros que o dinheiro proporciona. Eram idiotas? 
Sim, mas ao menos não incomodavam com suas lacrações e posições políticas tiradas da bunda. Obviamente há exceções, mas seria pedir demais que esses "formadores de opinião" ao menos investigassem numa busca de dois minutos se as imagens que compartilham se tratam de fato da situação que estão a criticar?!
Ao menos os antigos idiotas não se apresentavam como solucionadores de todos os problemas do mundo.

Imagem: fezes do "artista" Piero Manzoni que vendeu essas latas por verdadeiras fortunas.

Caos na Amazônia?

Macron, o mais novo herói da mídia tupiniquim, está sendo pintado como o mais novo defensor dos "frascos e comprimidos". Ó quanta inocência! Ou seria: Ó quanta malícia!
Nisso tudo uma coisa é certa, o meio ambiente é elemento secundário e isso é tão óbvio que até o Poder 360 divulgou entrevista de um embaixador chinês afirmando se tratar de uma "armação" midiática. O ponto central é outro.
A questão geopolítica envolvida no caso revela muito elementos relacionados ao poder, como soberania nacional, busca de proteção da agricultura nacional e logo da economia local, pois o próprio Macron é pressionado internamente. Tão pouco a questão é nua e cruamente uma questão de direito internacional restrita a acordo oficiais como dá a entender analistas como o advogado Eduardo Felipe Matias que parecem não perceber que não basta o Brasil fazer como querem Macron e outros chefes de nações estrangeiras abrindo espaço para ingerências externas. Não se trata somente de legalidades e quem lida com política deveria disso saber.
As peças estão lançadas e o jogo está sendo jogado, pensar então que Macron é um amante da natureza lutando contra o monstro do desmatamento chamado Jair Bolsonaro é uma peça ilusória, é permitam dizer, idiotice ou ingenuidade. Ou alguém acha que essa discussão toda à beira da assinatura de um acordo Mercosul - UE é coincidência? Bem como seria coincidência a cobertura fatalista dada por veículos de imprensa nacionais e internacionais apoiadas por ricaços do esporte e das artes que mal sabem onde fica a Amazônia?  
Sendo um pouco nacionalista e puxando sardinha pro lado brasileiro, mas sem ser deixar de lado a verdade, é bom afirmar que o Brasil é o país com legislação ambiental das mais restritivas e que tem conseguido preservar bem em seus parques nacionais e estaduais, a fauna e a flora. Evidentemente há problemas, mas a situação não é catastrófica ou caótica como querem fazer parecer Macron e outros que têm claros interesses econômicos. E, diga-se de passagem, ainda utilizou imagens equivocadas para criticar o Brasil. 
Macron, aqui não meu caro!

Pensamento avulso XXXVIII

A pedagogia moderna diz não ensinar nada a ninguém e...
É exatamente isso o que tem feito!

O problema da 'heteroidentificação'

Continuação do texto anterior acerca da racialização das relações sociais no Brasil.
"O processo conta, como era minimamente de se esperar, com comissão recursal, mas que também levará em consideração elementos por demais subjetivos para tomar suas decisões."

https://www.dvox.co/single-post/2019/04/11/O-problema-da-heteroidentificacao

Racismo e racialismo

....Com o desenvolvimento verdadeiramente científico da Genética e com o resultado desastroso das políticas baseadas na segregação racial a própria noção de “raças humanas” perdeu parte de sua força legitimadora no campo das ciências, mas...
https://www.dvox.co/single-post/2019/03/18/Racismo-e-racialismo

Pensamento avulso XXXVII

O mundo dá voltas! Chega a ser engraçado e ao mesmo tempo triste ver quem contribuiu para a deseducação em massa do brasileiro vir agora dizer que "estão acabando com a educação". Não, não há como acabar com o que nem começou.

Como diz o ditado: "é o sujo falando do mal lavado". Só que nesse caso o sujo era ainda pior...

Pensamento avulso XXXVI

O messianismo político é uma tendência comum ao brasileiro e não é diferente com o presidente Bolsonaro. Alguns dos seus apoiadores não tendo a noção das nuances da política caem nesse erro e tendem a se frustrar em curto ou médio prazo caso as coisas não tomem o rumo esperado ou se demorarem a tomá-lo.

Nesse sentido, uso uma metáfora que mostra um pouco o porquê de eu ter votado nele e apoiar seu governo ainda que com as devidas ressalvas. A meu ver estaríamos como um mergulhador que se perdeu na profundidade do mar e que tem pouco segundos de ar. O resgate ainda tardaria a chegar, mas por providência recebe um suprimento extra de ar com mais quatro minutos para poder de novo conseguir chegar à superfície. Seria um trabalho árduo, mas possível.

É assim que vejo o governo Bolsonaro, como um suprimento de ar, mas o mergulhador permanece submerso...

Uma questão de prioridade

Outro dia eu estava dirigindo e de repente o trânsito travou. Um carro havia parado em local proibido para que alguns passageiros pudessem descer. Em meio à bagunça momentânea que se instalou, já que a região é movimentada, um carro de polícia passou na outra pista e o policial que dirigia decidiu multar o carro parado. Até aí tudo bem já que faz parte de sua função, no entanto, ele estava dirigindo e por pouco não bateu o carro.

É impressionante como o brasileiro médio tem perdido o bom senso e a noção de prioridade, o bom e velho senso comum em coisas tão banais, a capacidade racional de avaliar uma situação concreta, a phrónesis (sabedoria prática) como diria Aristóteles. Esse pensamento de cumprir uma regra a qualquer custo, no caso a de multar, sem analisar se há outra regra superior, no caso preservar a vida de quem estava na via impossibilita o alcance da virtude que segundo Aristóteles trata-se de encontrar um meio termo entre dois vícios. Isso de modo resumido poderíamos dizer é justamente a capacidade de analisar em situações reais como agir de modo a evitar a ocorrência dos extremos.

Esse caso prosaico é indicativo como outros da perda do sentido de proporcionalidade e prioridade que é vista na mais comum das pessoas em sociedades civilizadas. Adquirir e retomar essa noção moral tão básica é em certo sentido uma das mais urgentes necessidades de nosso país.

Aos meus pequenos

Uma vontade imensa de sorrir

com uma pitada do desejo de chorar

barroca sim essa mania de amar

tremendo sim seu modo doce de vir

Às vezes ou sempre não consigo explicar

e o poema vem assim, minha menina!

Como pedaços de papel colados em cartolina

que mal conseguem me deixar explicar

Explicar que em ti e em teu irmão

o doce e o amargo são um só

e o seu choro deixa-me ao chão

No entanto, se para escolher fosse

entre o amargo e o doce... escolheria os dois

que no coração do homem amar não é coisa de depois

Pensamento avulso XXXV

Reconhecer que a proposta de santidade seja difícil como o próprio Jesus Cristo deixou claro é uma coisa. 

Alegar que as condições econômicas dificultam e muito o alcance dessa santidade é outra.

Tomar como critério as enormes dificuldades econômicas para medir a santidade é não entender em nada a santidade que não apenas supera, como muitas vezes toma como nada as condições econômicas. Isso se chama sacrifício!