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terça-feira, 19 de março de 2013

Pensamento avulso XI


A presidente do Brasil Sr.ª Dilma Rousseff afirmou que além de defender os pobres cabe também ao novo Papa Francisco “compreender as ‘opções diferenciadas das pessoas’” (aqui).
Palavras soltas assim geralmente geram ambiguidades, por isso, pergunto diretamente à senhora presidente: afinal que opções são essas? Por acaso a senhora fala de opções tão respeitadas pelo seu partido como a prática do aborto, do divórcio, do casamento de pessoas do mesmo sexo e também perseguição política e caluniosa aos adversários? Ou será que a opção de gerar um esquema de “mensalão” para favorecer os seus e depois dizer que não sabia de nada também é uma dessas opções?
Haja “saco” para aturar tanto “lenga-lenga”, se alguém nunca lhe ensinou nada acerca da religião católica apostólica romana, apesar da senhora inclusive ter subido ao ambão da basílica de Nossa Senhora Aparecida, vou lhe dar algumas lições, apesar de eu mesmo não ser um mestre no assunto, o que a deveria deixar envergonhada. Primeira coisa: ninguém nunca respeitou mais a dignidade humana do que a Igreja Católica, mesmo que padres e bispos de má índole não o tenham feito. Segundo: respeitar a dignidade humana não significa compactuar com o pecado, o verdadeiro pastor e guia é aquele que sabe no momento certo ser enérgico e se necessário for castigar quem comete o erro (qualquer pai e mãe minimamente preocupados sabem disso).  
Terceiro e último um verdadeiro papa não deve ceder um milímetro em questões de fé e moral, o que a senhora realmente não deve saber afinal seu partido “vira e mexe” modifica sua posição, um dia é contra no outro é favor, que o diga o senhor Paulo Maluf... Para finalizar este pensamento nem tão avulso assim peço a Deus em oração para que o papa compreenda sim as pessoas, mas que seja como o bom pastor que não compactua com as opções errôneas de suas ovelhas e vai até o fim do mundo para resgatá-las quando de uma escolha errada.
Viva o reinado social de Nosso Senhor Jesus Cristo. Viva o papado!

domingo, 17 de março de 2013

O primeiro Francisco


Não publiquei qualquer postagem acerca da renúncia do papa Bento XVI e a consequente eleição de um novo papa por dois motivos. O primeiro foi o adoecimento de minha mãe que graças a Deus vem melhorando, mas ainda inspira cuidado, por isso, fazendo um parêntese na reflexão que proponho peço a todos os leitores do blog que rezem por sua plena recuperação. O segundo motivo não é da gravidade do primeiro, mas foi o que realmente impossibilitou algum comentário meu a respeito de fato tão espantoso: a ignorância. Frente à renúncia e o conclave silenciei-me para tentar compreender melhor o que está se passando com a Igreja Militante, entretanto, considero que agora empossado o novo papa eu possa tecer algumas considerações que estão ao alcance do meu intelecto e do compromisso como católico leigo.
Pululam na imprensa, notadamente a imprensa radiofônica e da Internet, diversas especulações sobre o acontecido no conclave e agora comentários acerca da escolha do nome Francisco pelo então cardeal Jorge Mario Bergolio. Geralmente os que comentavam e continuam comentando e opinando são vaticanistas com extensa experiência de uma semana no estudo da doutrina católica. Tais especialistas (em sua maioria) animados pelo espirito politicamente correto ficaram então em polvorosa pela escolha desse nome, que evoca afinal a figura do grande São Francisco de Assis e nos faz lembrar também de outros santos homônimos como São Francisco Xavier jesuíta como o atual papa. Mas o que provocou enorme rebuliço por parte da imprensa e do povo em geral é o que toca o imaginário equivocado que se criou em torno de S. Francisco de Assis tido como o precursor de movimentos tão avessos à Verdadeira Igreja Católica, amada por S. Francisco, como os movimentos hippie (sic), ecofascistas e da teologia da libertação (já condenada em seus fundamentos pela Igreja por suas raízes marxistas).
S. Francisco amou sim os pobres e abraçou a pobreza, mas não por causa da pobreza em si mesma, e sim sabendo que amando os pobres (necessitados de todo tipo) amava ainda mais a Cristo (S. Mateus 25) Muito menos S. Francisco compactuaria com o “ecocentrismo” promovido por supostos seguidores seus que abandonam seus preceitos de pai espiritual sereno e intrépido que tinha a Cristo como centro de sua vida, das criaturas que tanto prezava e de toda a história.
Com respeito e afeto filial, mas também com desejo intenso e com insistência cristã espero que o atual papa imite S. Francisco de Assis, o S. Francisco combatente, corajoso e intolerante ao pecado, que perante os erros e descrenças de sua época disse o seguinte[1]:

9 Por isso são réprobos todos aqueles que viram o Senhor Jesus Cristo em sua humanidade sem enxergá-lo segundo o espírito e a divindade e sem crer que Ele é o verdadeiro Filho de Deus.
10 De igual modo são hoje em dia réprobos todos aqueles que - embora vendo o sacramento do corpo de Cristo que, pelas palavras do Senhor, se torna santamente presente sobre o altar, sob as espécies de pão e vinho, nas mãos do sacerdote – não olham segundo o espírito e a divindade, nem creem que se trata verdadeiramente do corpo e do sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo. Atesta-o pessoalmente o Altíssimo quando diz:
11 "Este é o meu corpo e o sangue da nova Aliança" (cf. Mc 14,22); e:
12 "Quem comer a minha carne e beber o meu sangue terá a vida eterna" (cf. Jo 6,55).
13 Por isso é o Espírito do Senhor, que habita nos seus fiéis, quem recebe o santíssimo corpo e sangue do Senhor (cf. Jo 6,62).
14 Todos aqueles que não participam desse espírito e no entanto ousam comungar, “comem e bebem a sua condenação” (1 Cor 11,29). [Destaque meu]
15 Portanto, “ó filhos dos homens, até quando tereis duro o coração?” (Sl 4,3). Por que não reconheceis a verdade “nem credes no Filho de Deus” (Jô 9,35)? (Trecho das Admoestações. Cap. 1 – Do corpo do Senhor).

Meus amigos que o papa Francisco seja como o S. Francisco das frases acima e das obras da verdadeira caridade que nos impulsiona à verdade e não o S. Francisco light e politicamente correto que a grande mídia erigiu. Que ele se lembre ou alguém próximo a ele na Santa Sé o lembre que a humildade e pobreza de Espirito não significam simplismo litúrgico ou desleixo pelas coisas de Deus como defendem alguns teólogos. (“Lembraram-se então os seus discípulos do que está escrito: O zelo da tua casa me consome Sl 68,10)”. (São João 2, 17).)
Não seria demais lembrar também que a Igreja está neste mundo, mas não é deste mundo e que, portanto deve fugir da tentação de se equivaler a entidades como a ONU que não têm compromisso com a Verdade Revelada de Cristo.  Pressões irão ocorrer externas e internas, mas a barca de S. Pedro deve permanecer firme sem afundar nas ciladas do “mornismo”, na covardia de não se posicionar veementemente frente às ânsias pecaminosas do mundo com medo da “opinião pública” infelizmente dominada pela maldição do politicamente correto, do fale o que as pessoas querem ouvir. Que o papa seja sim, simples, manso e humilde de coração, o que evidentemente não contradiz, mas completam as palavras do Santo Evangelho e ensinamento do Sagrado Magistério: (Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não. Tudo o que passa além disto vem do Maligno. São Mateus 5, 37).

Rezemos pele papa! Rezemos pela Igreja!



[1] Cito este escrito de S. Francisco como um exemplo entre tantos outros de que o santo não deve se ater a regras de polidez, mas sim à Verdade mesmo que isso gere palavras duras que sirvam de conversão. Tomas apenas os textos em que S. Francisco fala com doçura aos seus filhos espirituais é desvirtuar sua mensagem mais profunda que é a de conversão e que por isso mesmo gera repreensões rígidas próprias de um pai que ama seus filhos.