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segunda-feira, 24 de julho de 2017

Os tolerantes e suas tolerâncias: o pastor do sindicato

Eis a narração de um fato ocorrido há algumas semanas: Era quase nove horas da manhã e eu já tinha terminado uma aula, boa por sinal, quando entra um senhor na sala dos professores falando alto e entregando seus panfletos. Por quase dez minutos fez sua pregação. Falou do suposto golpe, das reformas que iriam acabar com o 13º, com as férias, com a aposentadoria, com todos os direitos. Bradou tudo isso com um sorriso de quem supõe a adesão da plateia ou, quem sabe em sua mente, de seus fiéis. Até que um professor levanta a mão e diz: "o senhor está equivocado, pois o 13º é um direito adquirido e não consta no texto da reforma suprimi-lo". Nesse momento como dizemos no interior "o tempo fechou", não, não houve agressão, mas o semblante do sindicalista mudou. Iniciou-se o festival de jargões em que o sindicalista chamou o professor de mentiroso e de defensor do patronato, mas sem respeito algum ao professor que com muita calma havia feito a observação.
Então eu que vinha rezando pedindo paciência não aguentei e disse, com muita firmeza por sinal, que o sindicato e ele com seu discurso espalhavam inverdades a fim de reforçar suas posições políticas ideológicas e se havia discordância quanto às reformas, o que eu também tenho, deveríamos debater as propostas como são e não criando um espantalho, falseando a realidade. E qual foi a resposta: "Golpistas não passarão, defensor patronal, abra sua mente, você não vai se aposentar, zzz...". Impacientemente tentei quebrar essa sequência de jargões e o “pastor do sindicato” foi pro um campo ainda pior para ele dizendo mais ou menos nesses termos: "leia Marx". Respondi então que já havia lido tendo inclusive apresentado um texto num congresso internacional a respeito dele. Só que não fiquei restrito a essa leitura e busquei entender outras escolas, outros filósofos e economistas e fomos a Hayek. Perguntei se ele tinha ligo algo a respeito e ele disse que sim. Perguntei qual texto e ele não se lembrava. Perguntei se ele se lembrava de alguma ideia dele e eles disse que não. Perguntei sobre outros economistas da escola austríaca e silêncio... Silêncio que explica tanta gritaria...


Quando começa a vida: Dr. Lejeune