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sábado, 31 de dezembro de 2022

Que venha 2023!

A situação de perseguição política no Brasil e no mundo está colocando em parafusos diversas pessoas que foram formadas na tradição da DUDH (Declaração Universal dos Direitos Humanos). E duas posturas se apresentam: 1) o anestesiamento da consciência e consequentemente a tentativa de justificar racionalmente tudo o que está acontecendo sob o título da "proteção à ordem democrática" (sic). 2) a sensação quase paulina de cair do cavalo. Sentir que tudo o que diziam era uma mentira, sobretudo as tais liberdades. Tal postura pode abrir margens para inúmeras outras possibilidades umas boas, outras nem tanto...

E assim virá o ano 2023. E mais do que nunca é preciso que se fortaleça nossa esperança na Divina Providência, pois nossa salvação, ponham isso na cabeça, NÃO é política. Os regimes, os ditadores vão e vem, e o que se iniciará amanhã é só mais um nesse longo peregrinar no exílio.
Que todos tenham um ano abençoado que sirva sobretudo para ajuntar tesouros onde realmente importa.
Viva Cristo Rei!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Pensamento avulso LXXVIII

Muito se fala do dogmatismo religioso e sua inflexibilidade. Nesse tipo de fala o termo dogma assume uma conotação negativa que nem de longe se aproxima de seu significado preciso e claro que lhe dá a doutrina católica. Com essa confusão pessoas dotadas de certa escolarização se afastam daquilo que supõem ser um fanatismo que nessa visão limitada abarca desde o senhorzinho sertanejo que reza o terço após um cansativo dia de trabalho a um assassino que espera com sua ação receber um prêmio num outro mundo.

Mora nessa visão aquele velho problema do reducionismo que reduz a uma sentença simplória um fenômeno altamente complexo. E quem faz isso sequer reflete que o dogmatismo que impõe ao religioso em geral é muito mais aplicável ao "intelectual ungido" que pôs essa ideia de jerico em sua cabeça. O intelectual moderno é muito mais intolerante e preso a alguma ideia do que jamais foi um religioso, mesmo o mais "fundamentalista". O religioso por mais fanático que possa ser deve recorrer ao real e admite mudanças no rumo da história que independem dele seja por conta do destino ou de um deus.

Já o intelectual ungido não. Se algo do real contradiz suas previsões é preciso que o real se readéque. E como isso é impossível lhe resta apontar para um futuro desconhecido e utópico onde as coisas estarão em seu devido lugar como estão descritas em suas teses. Ou quem sabe culpar alguém numa clara terceirização de responsabilidade por seu erro, afinal nem tudo deu certo como previa a teoria porque alguém, que não ele, errou no meio do caminho. Eis o dogmatismo mais funesto que busca tudo explicar a partir de um ponto seja econômico, social ou político, ou seja, o ponto de partida do intelectual ou de seu grupo que substituem todos os deuses querendo supera-los, mas no fim são só homens repetindo o pecado primeiro: "E sereis como deuses..."  


segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Pensamento avulso LXXVII

A história é antiga, aquele papo mansinho em nome dos bons ideais e da “democracia” (essa maravilhosa palavra-gatilho). Com esse discurso vale tudo, inclusive destruir a própria democracia que dizem defender numa expressão externa que emula boas intenções e respeito quando no íntimo só há desejo de controle e ódio. Como diz o velho ditado: "de boas intenções, o inferno está cheio!". Nesse ímpeto de construir um novo mundo não há limites possíveis seja Constituição, seja lei natural ou qualquer outro princípio. Basta somente a vontade imperativa de uma cabeça lustrosa.

Pensamento avulso LXXVI

Eu confio na elite militar quase o mesmo tanto que confio nas elites intelectual, artística e política, ou seja, nada. Não dá para esquecer o golpe de 1889 ou o fracasso do regime militar com seu positivismo tecnocrata. Ontem como hoje prevalece essa visão limitadíssima que encara a política como se fosse uma equação do 2º grau. Por óbvio há honrosas exceções e não sou eu quem vai desfazer o valor das senhorinhas que clamam junto aos militares, mas sinto em dizer que ficará "tudo como dantes no quartel de Abrantes".
De qualquer forma, quem sabe algum daqueles ventos inexplicáveis da história sopre mais uma vez...

sábado, 10 de dezembro de 2022

Pensamento avulso LXXV

Fico observando esse papo furado de "seleção africana despacha colonizador". De fato o neocolonialismo europeu foi um desastre absurdo, vide o genocídio de Ruanda resultado de uma política desastrosa, principalmente da Bélgica. No entanto, frases como a segue acima fazem um recorte histórico limitado como se o mundo houvesse começado após a Revolução Francesa. Esquecem, por exemplo, os séculos de domínio islâmico na península ibérica e do imperialismo otomano. Esquecem-se da Batalha de Lepanto um evento que mudou o curso da história numa vitória improvável da Liga Santa. Não, os otomanos não eram pobres coitados assolados por europeus malvadões. Eram uma potência econômica e militar expansionista.

Por essas e outras não caia nesse maniqueísmo "decolonialista" e racialista que resume toda a história aos bonzinhos (bons selvagens rousseaunianos) sendo explorados pelos malévolos homens brancos civilizados. Com isso monopolizam não apenas a virtude, mas também o sofrimento, afinal nesse mundo só sofre quem pertence a alguma "minoria ideológica".