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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Algumas questões sobre armas e desarmamento no Brasil:


1) Gostaria que alguém me respondesse por que mesmo com o endurecimento das regras para se adquirir uma arma o aumento de crimes efetuados com armas de fogo é cada vez maior?
2) Será que a onda de violência que assola São Paulo tem a ver com armas legais compradas em lojas credenciadas?
3) Muitos afirmam, para defender o desarmamento, que crimes são cometidos por meio armas legais que foram roubadas. Ou o número de pessoas que estão tendo suas armas roubadas é astronômico ou a culpa pelo aumento da violência não se aplica às armas legais que foram roubadas. Qual a solução deste silogismo disjuntivo?
Evidentemente a culpa pelo excessivo número de homicídios cometidos no país (em torno de 50.000 por ano) não deve ser atribuído ao armamento vendido legalmente, que é baixo. Campanhas de desarmamento geralmente são extremamente tendenciosas e sem vínculo com a realidade, afinal o grande problema se encontra nas armas ilegais que entram pela fronteira e que muitas vezes nem são permitidas no Brasil, ou tem seu uso restrito, às forças armadas. Desarmamento bom é aquele que desarma os bandidos.

domingo, 21 de outubro de 2012

Progresso?


Quando recebemos no Brasil notícias como a da aprovação da lei que descriminaliza o aborto (que ocorreu na última semana no Uruguai), várias pessoas e entidades celebram o “progresso civilizatório” de tais nações acusando o Brasil e outros países não “progressistas” de obscurantismo. Assume-se geralmente sem nenhuma análise crítica a ideia de progresso, sem questionamento, sem cautela. Progresso significa então a aceitação de ideias novas, vanguardistas, et cetera, et cetera, pelo simples fato de serem novas e/ou supostamente valorizarem a liberdade humana?
Parece-me que a resposta à questão acima tem sido sim, o que deveria nos preocupar sobremaneira, afinal essa antiga tendência às novidades progressistas gerou grandes “avanços” no decorrer do século XX como, por exemplo, a “limpeza” promovida pelo nacional-socialismo (nazismo) e o extermínio de milhares de ucranianos pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Antes disso, também um sinal do progresso humanista, foi a guilhotina da revolução francesa. O que não se consegue perceber entre o grande público, talvez pela pusilanimidade dos formadores de opinião, é que o progresso por si só não se justifica. O encadeamento lógico e natural dos eventos nos demonstra que todo progresso visa um fim e o fim do progresso ininterrupto não é discutido.
Quando se fala de progresso meramente técnico os problemas são menores, mas quando tal ideia é aplicada a questões morais a discussão se torna mais complexa. Dessa forma uma defesa irrefletida do progresso em detrimento de valores que sustentam nossa cultura é bastante questionável e o fato de se aceitar ideias progressistas sem considerar a dimensão cristã já milenar em nossa cultura não indica de modo algum evolução, a não ser que se tome a barbárie por sinônimo de evolução. Nesse caso seria preferível não evoluir. Para esclarecer melhor as consequências da defesa de um progressismo façamos a análise a seguir.
Muitos dos defensores do progresso pelo progresso admitem, alguns com ressalvas, a importância que a civilização cristã teve no processo de valorização da dignidade da pessoa humana independentemente de sua posição social. Um dos sustentáculos desta cultura certamente é a família cristã que estrutura com a transmissão de seus valores a ideia de que todo ser humano possui dignidade na medida em que todos são chamados à conversão e ao perdão. Acontece que a família cristã que permite com sua vivência que todos sejam tratados dignamente pela sociedade é uma das instituições mais atacadas pelos progressistas que promovem, inclusive legalmente (veja o caso que inicia esta postagem), a destruição de tal instituição.
Assim os progressistas ferem justamente um dos pilares que garantem a sua liberdade e dignidade. Com isso dão-se um tiro no pé ou como diz o ditado “cospem no prato que comem”. Criticam o modelo que erigiu a sociedade que os permite sobreviver “culturalmente” e pretendem colocar no lugar sob as insígnias do progresso uma sociedade que desvaloriza a vida, a liberdade e a dignidade condenando inocentes a priori, provendo a derrocada dos valores que sustentam nossa sociedade. Repreendendo toda moralidade surgem figuras com ar de superioridade que se consideram evoluídos, abertos ao mundo, esclarecidos, como se não estivessem eles próprio arrogando a si mesmos a tarefa de instituir uma moralidade da mesma forma que aqueles que eles recriminam.
Ó quanta coerência!!!

sábado, 13 de outubro de 2012

Resistência católica ao nazismo


Durante boa parte da minha vida escolar principalmente no ensino médio ouvi muitas pessoas dizerem, professores inclusive, que a Igreja Católica havia feito “vistas grossas” frente a expansão do nazismo. A princípio considerava tais afirmações a contragosto, mas as evidências dadas pela autoridade dessas pessoas encontrava eco em mim e eu me via como papagaio de pirata repetindo tudo que ouvia com ar de intelectual crente de minha perspicácia.
Apesar disso, não satisfeito com a vagueza de meus conhecimentos e num período de profundas mudanças na minha vida passei a estudar mais seriamente e a investigar o que eu afirmava a respeito de muita coisa, principalmente no campo da história, percebendo minha ignorância em muitos assuntos dos quais eu falava “pelos cotovelos”. Numa dessas pesquisas voltadas para a posição da Igreja frente o nazismo verifiquei que a figura difamada do papa Pio XII na verdade havia sido muito importante na preservação de milhares de vidas. Mais recentemente encontrei algo sobre o cardeal alemão Van Galen e sobre sua coragem e resolvi partilhar com vocês o que verifiquei nessas leituras iniciais.
No período da ascensão do nacional-socialismo ele acusou seus propósitos assassinos internamente na Alemanha, mostrando também ao mundo quais eram seus objetivos. Seu encontro com o papa Pio XI em 1937 culminou com a criação da encíclica, “Mit Brennender Sorge”.  Esta encíclica demonstra que a Igreja Católica Apostólica Romana foi uma das primeiras, senão a primeira instituição ocidental a acusar o regime nazista por não reconhecer direitos naturais e ferir profundamente a dignidade humana com sua propaganda discriminatória.
O que escrevi acima é somente uma introdução ao tema afinal ainda estou estudando mais detalhadamente sobre o assunto agora e queria deixa-los a par disso. Para mais informações seguem as referências abaixo.     

Referências do Vaticano:
http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/angelus/2005/documents/hf_ben-xvi_ang_20051009_po.html
http://www.vatican.va/holy_father/pius_xi/encyclicals/documents/hf_p-xi_enc_14031937_mit-brennender-sorge_it.html
http://www.vatican.va/news_services/liturgy/saints/ns_lit_doc_20051009_von-galen_it.html

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Pensamento avulso X


Enquanto os "especialistas" em educação estão preocupados se os alunos do Ensino Fundamental sabem usar bem a camisinha e recitar a cartilha politicamente correta, desautorizando seus pais, o país permanece entre os piores nos índices internacionais de avaliação.
O pior disso tudo é que muitos professores compactuam com essa política adestrando seus alunos ao invés de lhes ensinarem a serem autônomos e capazes de evoluir social e culturalmente compreendendo bem sua língua e sabendo utilizá-la (querendo extinguir inclusive o ensino regular de gramática).
E ainda acham que estão ajudando os pobres, inserindo-os numa pobreza mais daninha a pobreza cultural.

sábado, 15 de setembro de 2012

Pensamento avulso IX


Via de mão única: vários muçulmanos enfurecidos por causa de um filme que insulta Maomé promoveram um verdadeiro arrastão em consulados de países ocidentais. Ao invés de exigirem a punição dos responsáveis pelos filmes, caso eles realmente houvessem cometido um crime, saíram matando quem tivesse no caminho. O estarrecedor disso é que milhares e até milhões de “ocidentais” justificam esta reação como justa, talvez um pouco exagerada, mas bastante compreensível. Não há palavras para conceituar tamanha idiotice. Enquanto exigem respeito às suas crenças, nações, isso mesmo nações, de maioria muçulmana fazem vista grossa não apenas aos desrespeitos praticados contra outras religiões, principalmente a cristã, mas também aos assassinatos e condenações sumárias a todos que professam outra religião. E eu nem mencionei a queima de bíblias, de cruzes, etc. O respeito apregoado inclusive pela ONU é uma via de mão única....

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Palavras do Papa


Sobre as seguintes notícias: http://fratresinunum.com/2012/08/30/papa-sugere-quando-nao-se-cre-e-melhor-ser-honesto-e-deixar-a-igreja/
Coerência. Esta palavra parece estar cada dia mais se extinguindo do vocabulário hodierno. Perante o quadro também cada vez mais aterrador do ponto de vista espiritual as palavras do Papa ressoam como a voz suave do pastor que conhece suas ovelhas. Especificamente me refiro aqui às palavras pronunciadas no discurso do Angelus (26/08/2012). O papa citando a traição de Judas disse que este fora desonesto ao não abandonar Jesus como outros haviam feito, tendo permanecido com Ele e O traído.
Vários motivos podem ser apontados para explicar porque aqueles que não creem permaneçam ao lado de Cristo ou da Igreja, entre eles cito a comodidade, a possibilidade de adquirir reconhecimento pessoal, a vontade de modificar a estrutura da Boa Nova adaptando-a a teorias mais atraentes ao mundo, etc. Para os que agem assim as palavras são fortes; eles não são nada menos do que desonestos permanecendo vinculados àquilo que não acreditam. Que aqueles que procuram minar a Igreja por dentro escutem o papa e sejam honestos vivendo suas rebeldias fora dela, pois aqueles que se julgam acima da própria Igreja instituída por Cristo e sustentada pelo Espírito Santo não são dignos dela.
Mas também parece “querer demais” que os desonestos em sua desonestidade se reconheçam enquanto tais, pois o orgulho já criou raiz. Rezemos pelo Papa para que seja capaz de arrancar dos lobos seus disfarces e de levar os traidores da Igreja à conversão, enquanto há tempo.
Lino Batista

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Honra e resignação


Hoje, um dia chuvoso de agosto, celebramos o sétimo dia de falecimento do pai de minha noiva o sr. João Barbosa de Morais. Homem de poucas palavras, sistemático e cumpridor dos seus deveres. Convivi com ele pouco tempo, aproximadamente três anos, mas o suficiente para admirá-lo pelas virtudes que levou consigo até o fim de sua vida. Não pretendo aqui eleva-lo à perfeição, afinal como todos nós ele tinha suas limitações, pretendo expor o que me impressionou sobremaneira em sua pessoa; a forma como lidou com a doença.
Muitos de nós na situação em que ele se encontrava poderiam facilmente perder a fé reclamando de sua má sorte, entretanto, a resignação com os desígnios do Senhor fizerem dos momentos que passei com ele um aprendizado único. Nem a dor nem as limitações fizeram com que ele perdesse a paciência ou a esperança, ainda que em alguns momentos ele preferisse ficar sozinho em silêncio sem ser incomodado, penso que com isso ele queria poupar sua família de mais sofrimentos.
Pude também antes disso trabalhar com ele e constatar a seriedade e a honradez com a qual dirigia suas tarefas. Numa época na qual muitos fogem de suas responsabilidades era reconfortante ver nele um exemplar mineiro clássico, íntegro e correto em suas atividades.
Por fim falo de algo que a princípio me envergonhou: a fortaleza de sua fé e sua perseverança na oração, as mais simples, mas em compensação as mais sinceras e devotas de quem acredita na presença de Deus em sua vida e nutre amor filial à Mãe Aparecida. Nossos tempos precisam mais disso, menos instrução e mais sabedoria, menos autossuficiência e mais fé, por isso, agradeço a Nosso Senhor o privilégio de ter me concedido conviver com o sr. João Barbosa e ajuda-lo um pouco quando ele precisou. Peço agora que Deus conforte os seus e lhe receba na Glória, premiando-o com a Vida Eterna em Vossa presença.
Lino Batista
Belo Horizonte, 16 de agosto de 2012 

quinta-feira, 12 de julho de 2012

O direito à liberdade : mas que liberdade? Parte 1


Antes de começar o texto propriamente dito é bom esclarecer que a análise inicial deste texto não reflete necessariamente minha opinião o que será feito na conclusão sobre a temática em outras postagens. Este é apenas um trecho introdutório dirigido aos meus alunos.
Uma sociedade justa passa certamente pelo direito à liberdade[1], mas ao contrário do que muitos possam pensar a liberdade está sempre acompanhada de outros elementos. Um desses elementos é a responsabilidade, já que toda ação livre supõe que o sujeito da ação arque com suas consequências.
No Brasil a liberdade é uma garantia de sua Constituição promulgada no ano de 1988, que também aponta para a responsabilidade que citamos acima. O texto constitucional diz o seguinte:

Art. 5o Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (EC no 45/2004) [destaque meu]
(...)
IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
(...)
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, Subscretaria de Edições Técnicas, 2006.

Como vimos a Constituição brasileira garante a liberdade de pensamento e também de expressão, entretanto, não é qualquer tipo de liberdade, ou melhor, de libertinagem, sem ordem, sem respeito. A pessoa é livre para se manifestar, mas não pode se manter anônima, ou seja, sem prestar-se a dar resposta quando acionada. A pessoa não pode como diz o ditado “fazer o que der na telha” sem respeitar as leis do país, as pessoas e as autoridades. E nesse ponto a lei encontra a ética. Um sujeito ético deve ter em vista que a liberdade é um direito, mas não um direito sem dever, sem respeito, pois ainda que as leis falhem e a liberdade de expressão seja ferida devemos manter a liberdade mais ampla que não pode ser garantida por nenhuma lei, a liberdade da nossa consciência.
Os jovens devem refletir sobre isso, pois muitos gritam pelas ruas que são livres, mas suas consciências são prisioneiras de sua irresponsabilidade. E não apenas os jovens, mas também vários adultos se esquecem que a liberdade é um direito que se conquista dia a dia com nossas atitudes, com respeito e com plena consciência que se mal utilizada a liberdade pode se torna a pior escravidão: sermos escravos de nossas caprichos.





[1]É importante observar que o termo liberdade é tomado em alguns pontos do texto com o mesmo sentido de livre-arbítrio.

domingo, 24 de junho de 2012

Imprensa, diplomacia e o caso Lugo


Certamente não sou a pessoa mais indicada para analisar a situação paraguaia após o impeachment do então presidente Fernando Lugo, entretanto, não posso deixar passar em branco a cobertura da grande mídia brasileira e as reações diplomáticas, também a brasileira, frente ao que se convencionou chamar de “golpe de estado parlamentar” (sic). Digo isso, pois a análise girou em torno de um suposto ataque à democracia pelo parlamento paraguaio o que não aconteceu se verificarmos com isenção ideológica os fatos. Para deixar mais claro o que quero dizer vou dividir a análise em três pontos.
O primeiro ponto está vinculado a uma compreensão unilateral equivocada de democracia que permeia a maior parte das discussões sobre o assunto. Por mais que eu tenha ressalvas à democracia contemporânea, neste caso particular que analiso aqui não ponho em xeque o processo eleitoral que levou Lugo ao poder. A questão não é essa. Pressupondo que ele tenha chegado ao poder por vias legais e moralmente defensáveis isso não o torna intocável. Como já se repetiu milhares de vezes o processo que levou ao seu impeachment foi legal e mencionar o respeito à democracia para contrariar a decisão parlamentar não passa de uma falácia, afinal “democracia” não significa a supremacia do eleito sobre a lei como o querem fazer parecer Hugo Chaves e cia. Logo o fato de Lugo ter sido eleito democraticamente não fazem dele um ser supremo, intocável acima das leis do país, portanto também ele enquanto presidente poderia e deveria ter sido processado, como de fato foi, caso houvesse cometido crimes ou não houvesse cumprido satisfatoriamente suas funções.
O segundo ponto é a cobertura jornalística da grande mídia brasileira que em sua maioria vêm endossando a falácia acima analisada. É impressionante a parcialidade e passionalidade das críticas. Até agora somente uma reportagem da Record News abordou objetivamente os fatos questionando tanto acusadores como defensores do presidente, mencionando com ressalvas o termo “golpe de estado”. O restante das críticas que vi parecem ter sido escritas por um mesmo autor num somatório de achismos, sem rigor e repetindo chavões, concedendo espaço para analistas[1] suspeitos por partilharem a ideologia de determinado grupo político com redes continentais. Não se respeitou minimamente o justo princípio jornalístico de conceder a acusadores e defensores a oportunidade de se manifestarem. Pareceu-me que estavam todos comprometidos de alguma forma com a defesa do ex-presidente e tudo isso, pasmem, com o intuito de defender princípios democráticos. Ora, ora! Façam-me o favor de respeitar minha inteligência e a coerência lógica!
Seguindo a reflexão chegamos ao terceiro ponto que é a vergonhosa posição do Ministério das Relações Exteriores do Brasil que nem bem tinha analisado o caso já se pronunciava por meio do seu ministro Antonio Patriota e também da presidente acusando o parlamento paraguaio de promover um golpe de estado. Num caso delicado assim a presidente e o ministro deveriam ter mais bom senso e lucidez para analisar o caso com mais frieza antes de se pronunciar e posicionar-se em nome do povo brasileiro e não da cumplicidade ideológica que partilham com o ex-presidente Lugo que venhamos e convenhamos nunca foi um exemplo de dignidade moral e respeito pela verdade, afinal já havia traído publicamente os votos feitos à Igreja Católica enquanto membro do clero.
Enfim, espero com esta pequena crítica ter demonstrado que o recente caso de impeachment tem sido tratado no Brasil de forma absurda sem comprometimento com a justiça e carregada de ideologias falaciosas que não visam o bem público de quem quer que seja, mas somente a vitória política de suas posições arbitrárias. Mídia e Ministério das Relações Exteriores envergonham o Brasil ao tratar o caso dessa forma.
Lino Batista  06/2012


[1] Alguns chegaram a afirmar que a elite, sempre ela, como se eles não fossem parte da mesma havia planejado tudo para voltar ao poder. Este argumento pode ter um fundo, bem fundo, de verdade, mas não serve para desqualificar a atitude dos parlamentares que deve ser vista como justa ou não acima de qualquer partidarismo.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Inversão de prioridade

Muito comum entre os meios protestantes a “teologia da prosperidade” tem sido também adotada por católicos desavisados que associam as graças e bençãos de Deus ao montante das contas bancárias ou à ausência de sofrimentos. Pode-se ser rico e não agradar a Deus (cf. Mt 19, 24. Mc 10, 17-27. e Lc 18, 25.), como também ter posses e sendo desapegado desses bens terrenos agradar a Deus. Por outro lado uma pessoa pobre que cumpre os preceitos divinos é agradável aos olhos de Deus, enquanto a pessoa pobre que é revoltada com Ele por sua condição descumpre Seu projeto endereçado aos seus filhos. Desconsiderar tais possibilidades é desconsiderar a realidade mesma da salvação.
Se a vertente que prioriza os benefícios econômicos erra, também erra a vertente que valoriza em demasia a pobreza econômica, considerando-a um critério de santidade superior. A proposta da TdL (Teologia da Libertação) exemplifica esse tipo de raciocínio equivocado como diz Fr. Dr. Clodovis Boff (cf. o artigo “Teologia da Libertação e volta ao fundamento”[1]) por promover a inversão Jesus – pobre centralizando a figura deste.
Ambos os erros partem de um núcleo comum que é a visão materialista[2] do mundo, notadamente priorizando a análise sócio-econômica do ser humano. A preocupação cristã como se sabe é primeiramente com a salvação da pessoa independentemente de sua condição econômica, afinal todos são chamados a se converter. Se Jesus se dirigiu sobremaneira aos pobres, que eram os mais sofridos era porque estes necessitavam mais e estavam mais desamparados, inclusive do ponto de vista religioso, e, por isso, aproximavam-se mais de Jesus e por Ele recebiam a cura. No entanto, existem relatos evangélicos que nos mostram que Jesus não fazia acepção  sociais (cf. Mt 8, 5-13).
A preocupação primeira da Igreja é com a observância da Palavra de Deus e a proclamação da Boa Nova aos povos, mas como vemos nos relatos das primeiras comunidades cristãs os assuntos práticos também têm importância:

1.Naqueles dias, como crescesse o número dos discípulos, houve queixas dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas teriam sido negligenciadas na distribuição diária.2.Por isso, os Doze convocaram uma reunião dos discípulos e disseram: Não é razoável que abandonemos a palavra de Deus, para administrar.3.Portanto, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarregaremos este ofício.4.Nós atenderemos sem cessar à oração e ao ministério da palavra. 5.Este parecer agradou a toda a reunião. Escolheram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo; Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia.6.Apresentaram-nos aos apóstolos, e estes, orando, impuseram-lhes as mãos.7.Divulgou-se sempre mais a palavra de Deus. Multiplicava-se consideravelmente o número dos discípulos em Jerusalém. Também grande número de sacerdotes aderia à fé. (At 6, 1-7 – Edição Ave Maria) Disponível em: http://www.bibliacatolica.com.br/01/51/6.php#ixzz1nKAgVWLq

Percebe-se que mesmo não sendo principal há uma preocupação econômica, no sentido clássico do termo, e social por parte dos apóstolos. Existe, pois uma relação hierárquica entre as duas dimensões sagrada e temporal. O problema das “teologias” mencionadas no início deste texto não é portanto sua preocupação com as questões temporais, mas com a centralização dessas frente às prioridades da Igreja em relação à salvação por meio dos sacramentos e da preservação da moral cristã, bem como da guarda das prescrições da Tradição, do Magistério e das Sagradas Escrituras. Toda inversão de prioridade é perniciosa e prejudica a retidão católica.
Lino Batista


[1] Apesar de não tão incisivo o artigo demonstra alguns erros presentes no decorrer das análises dos teólogos da TdL Ele está disponível em: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=33508.
[2] Por mais que se difundam em tendências “espiritualistas” os erros mencionados ainda se fundam numa visão dualista do ser humano  e recaem em perigosos monismo como desenvolvi em postagens anteriores.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Pensamento avulso VIII

Uma questão de prioridade: enquanto o caos se instaura na Bahia devido à greve dos policiais militares não se fala em outra coisa a não ser no Carnaval. Se o cidadão não pode sequer trabalhar por causa da violência, pelo menos pode ir pra folia, afinal é essa festa toda que sustenta este país...

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Retomando as atividades do blog


Após um muito trabalho no qual tive que me afastar das postagens do blog desejo a todos os leitores um 2012 repleto das bênçãos de Deus. Espero que o Natal do Senhor tenha trazido a todos alento e esperança! Como não consegui escrever nenhum texto apropriado ao momento reitero o que escrevi na seguinte postagem: http://linobatista.blogspot.com/2011/07/tradicao-dos-presepios.html.
Para este ano espero dar segmento ao que foi prometido (conferir http://linobatista.blogspot.com/2011/09/normal-0-21-false-false-false.html) além de apresentar alguns dos frutos das minhas pesquisas sobre ética e política. Num primeiro momento pretendo lançar um resumo com considerações minhas ao livro, “Liberdade Religiosa e Estado Católico”, do Mons. Emílio Silva de Castro. Posteriormente apresentarei a finalização do texto, “Breve exposição sobre o dualismo moderno e a posição tomista”. (Cf. http://linobatista.blogspot.com/2011/11/breve-exposicao-sobre-o-dualismo.html).
Que esse escritos possam ser úteis a todos que acessarem este blog e sirva ao que deve ser intento de toda obra de um cristão: glorificar a Deus.