O maior inimigo da moral e do direito natural é o Estado Moderno. Ele torna os piores vícios não apenas toleráveis, mas obrigatórios por meio de leis iníquas. Como já sinalizava Maquiavel tal Estado separa a ética da política o que abre espaço para a institucionalização da imoralidade e do crime.
Em busca de sabedoria em tempos de relativismo professo. Talvez um pouco de classicismo seja necessário, um retorno aos paradigmas perdidos... Procuro dessa forma momentos de lucidez para além de razões e desrazões extremadas. Neste blog coloco à vossa disposição textos de minha autoria nos quais como católico apostólico romano busco alcançar sabedoria verdadeira. Com a graça de Deus poderei combater o bom combate contra a mentira que reina quase absoluta hodiernamente. ¡VIVA CRISTO REY!
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quarta-feira, 20 de dezembro de 2023
Pensamento avulso XCII
sexta-feira, 1 de dezembro de 2023
Pensamento avulso XCI
terça-feira, 21 de novembro de 2023
Pensamento avulso XC
Numa sociedade onde todos devem ter opinião sobre tudo, a tendência é ninguém ter conhecimento de nada.
segunda-feira, 6 de novembro de 2023
Pensamento avulso LXXXIX
Já disse e repito que a ironia machadiana me atrai mais do que a socrática. O que não significa que esta não possua incomensurável valor. Em ambos os casos estamos perante dois gênios. É preciso inteligência e frónesis (sabedoria prática) para usar esse recurso retórico. O problema é que hoje qualquer inteligentinho munido de um diploma universitário se julga capaz de utiliza-lo indiscriminadamente. Com isso o recurso é banalizado perdendo enfim a sua essência discursiva.
domingo, 5 de novembro de 2023
Pensamento avulso LXXXVIII
Ficaremos eternamente tentando debater, em vão, sobre questões políticas. Não tem jeito de qualquer política dar certo sem um suporte moral e espiritual de seu povo. Moralidade e espiritualidade que estão manifestos na cultura. E o que a cultura tem nos a oferecer enquanto povo?
Respondo: músicas pornográficas, ficções péssimas que giram em torno de sexo, ostentação, traições. Expor isso não é moralismo retrógrado, mesmo porque quase sempre na história houve tais manifestações, mas elas possuíam concorrência.
O problema é que atualmente para uma massa gigantesca só existe tais manifestações culturais. Na geração "diversidade" nunca houve tanta homogeneidade. É uma união disforme de vícios e a diversidade, se é que existe, é sobre qual vício predominará.
sábado, 14 de outubro de 2023
Pensamento avulso LXXXVII
O que os incautos "intelectuais" ocidentais, de direita ou esquerda, embebidos no materialismo ateu, ainda não entenderam é que para muitos povos economia e bem-estar não são fatores primários na tomada de decisões. Não adianta utilizar o "follow the money" para compreender tudo.
Por isso eles não entendem a mentalidade de grupos que vão do Hamas aos austeros monges tibetanos. No fim das contas não conseguem perceber sentido nem em atos cotidianos ao seu redor, como os da mãe que sacrifica uma noite de sono em vigília por um filho doente.
domingo, 8 de outubro de 2023
Pensamento avulso LXXXVI
Não adianta exigir coerência, veracidade e tutti quanti de quem possui uma mentalidade revolucionária. Ao fim e ao cabo o sujeito dirá que esses são princípios burgueses que podem ou não ser úteis conforme o fim almejado. Só os ingênuos, para dizer o mínimo, não entendem isso.
domingo, 1 de outubro de 2023
Considerações ao católico que ensina e educa - parte I
Palestra: II Congresso Imaculada Conceição – Apostolado Beato Padre Victor
Pensei em algumas forma de
iniciar esta conferência cujo objeto é a educação desde uma perspectiva
católica. Nesse sentido, cogitei inicialmente conceituar educação e tratar da
pedagogia e suas dificuldades, mas nós católicos estamos hoje como que à deriva
e como todo náufrago precisamos nos situar antes de proceder a qualquer ação,
que no presente caso seria a própria ação pedagógica.
Partindo
dessa constatação somos movidos a ir ao princípio de tudo para compreender o
que se passa com a educação, como na ordenação das causas precisamos nos
direcionar ao começo para nos inteirarmos da causa final. Pois bem, o evento
histórico primordial marco não apenas para compreender a educação, mas tudo o
que diz respeito ao ser humano é a Queda.
O
homem fora criado de tal modo que as potências de sua alma estavam
perfeitamente ordenadas. Com isso em Adão e consequentemente em Eva havia uma
hierarquia em que a sensibilidade estava subordinada à vontade e esta ao
intelecto. A sensibilidade, cabe aqui esclarecer, é a potência da alma vinculada às moções ou movimentos dos
sentimentos e paixões. Poderíamos incluir aqui a inclinação a agir ou não agir
em vista aos sentimentos provocados.
Já
a vontade e a inteligência configurariam potências superiores da alma que o
homem possui por ter sido criado à imagem e semelhança de Deus. A vontade é o
que direciona e impele à ação voluntária, ou seja, sem uma (pré)determinação
extrínseca. Já a inteligência ou racionalidade é a capacidade de apreensão da
realidade gerando entendimento sobre a mesma. Originalmente essas potências
estavam ordenadas de tal maneira que a sensibilidade se voltava ao belo, a
vontade ao bem e o intelecto à verdade. Com a queda (pecado original) essa
ordem foi desvirtuada. E nisto consiste o mal: em desejar um bem de forma
desordenada em desconformidade ao seu fim.
A
verdadeira educação não pode prescindir dessa realidade fundamental, a saber,
de que o homem ferido pelo pecado só a muito custo consegue minimamente reaver
tal ordem em que a inteligência é capaz de governar a vontade para o bem que
lhe é próprio. Para alcançar tal intento o primeiro ponto[1] é estritamente religioso
com o acesso aos sacramentos e por meio de uma vida de oração. Só que não se
chega a esse ponto sem que se passe de algum modo pelo segundo ponto, a saber, a
educação e aqui cabem algumas considerações.
A
primeira é que o mundo moderno desde Descartes cindiu o homem ao meio e desde
então dificultou-se ainda mais a compreensão de que fé e razão não se
contradizem, mas se complementam com a primazia daquela sobre esta. Em segundo
lugar, podemos também destacar que o termo educação adquiriu um caráter mais
amplo envolvendo não apenas os conhecimento teóricos, mas também
comportamentais, enquanto o termo ensino ficou restrito à aquisição de saberes
técnicos e científicos.
A
segunda consideração é que uma educação verdadeiramente católica não pode,
senão metodologicamente e frente ao Estado, aceitar tais cisões modernas. Ela
precisa passar pela questão fundamental sobre o fim do homem que leva à
pergunta: o que é o homem? O ser humano é uma criatura divina composta de corpo
e alma espiritual, como dissemos no início desta conferência, dotada de
sensibilidade, vontade e inteligência. Com o pecado original sua natureza foi
ferida e os dons preternaturais[2] perdidos. No que interessa
mais propriamente à educação ocorre-lhe a perda da ciência infusa, ou seja, a
capacidade do intelecto de conhecer de forma imediata. Desse modo, o estudo com
afinco se torna conditio sine qua non para adquirir o
conhecimento.
Como
tudo que existe tende ao seu fim próprio, também o homem tende a um fim, a
saber, a beatitude, a perfeita felicidade que consiste na visão de Deus em que
repousa tanto seu intelecto quanto sua vontade. S. Tomás de Aquino aponta uma
tendência do homem a buscar o que é necessário a tal fim como podemos observar
no trecho abaixo da obra, “De Magistro” (Quaestiones
Disputatae de Veritate): “os hábitos das virtudes antes da consumação
delas, preexistem em nós em algumas inclinações naturais[...]”.
[1] Ele
é primeiro na ordem espiritual, mas não em relação à ordem temporal.
[2]
São eles: integridade, impassibilidade, imortalidade e ciência infusa.
sexta-feira, 8 de setembro de 2023
Sobre educação IX
Uma falsa premissa do pedagogismo é que tudo deve ser ensinado e aprendido na escola. De arrumar a cama a ser feliz.
terça-feira, 25 de julho de 2023
Pensamento avulso LXXXV
sábado, 15 de julho de 2023
Sobre educação VIII
sábado, 1 de julho de 2023
Pensamento avulso LXXXV
quarta-feira, 28 de junho de 2023
Sem João, sem Cristo
Em
verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João
Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. (S. Mateus
11,11)
No último dia 24 de junho
comemoramos a festa do único homem que mereceu ouvir as palavras acima
diretamente da boca de Nosso Senhor Jesus Cristo: São João Batista. Além disso,
o último dos profetas, a “voz que clama no deserto” era parente de Jesus Cristo
e ainda no ventre materno deu seu testemunho da salvação que se aproximava. As
sagradas escrituras nos dão testemunho da importância desse grande santo, sim
santo, pois que obediente a tal ponto de ter sofrido o martírio por sua
pregação da Verdade, sendo exemplo acabado do cumprimento dos mandamentos
evangélicos.
Outro ponto importante a se
destacar na vida de S. João Batista foi a sua missão como aquele que deveria
preparar a vinda de Nosso Senhor por meio da pregação, da penitência e do
batismo, que viria a ser aperfeiçoado e transformado em sacramento por Jesus
Cristo, que lhe deu a forma antes de ascender aos céus. Diante esse quadro não
é exagero dizer que “sem João, sem Cristo”, pois assim mesmo quis a Santíssima
Trindade que por Sua vontade tem o ser humano como causa segunda através da
qual age no mundo. E não pequena foi a ação de S. João Batista como precursor
do Verbo Encarnado.
Partindo dessas
considerações não há como não se indignar com a anedota maliciosa que
transformou a festa de são João em festa de “sem João”. Malícia essa fruto do
ódio ao uso católico de reverenciar a memória daqueles que o próprio Deus
escolheu e que como diz a própria Escritura, fizeram coisas ainda maiores do
que o próprio Nosso Senhor, pois recorreram ao Seu santo nome. Se não querem
reconhecer essa realidade que ao menos não depreciem a memória do “maior entre
os filhos das mulheres”.
Outro problema, que dá
margem a essa visão maliciosa, advém dos próprios católicos que dão mau exemplo
e depõem contra a memória do santo, apesar de utilizarem outro expediente, a
saber, mundanizando e transformando a festa de S. João num ritual pagão.
Esquecem-se que S. João foi mártir da pureza ao defender a honra do matrimônio,
pureza essa escarnecida pelas músicas extremamente sensuais e apelativas que
predominam em muitos festivais Brasil afora.
Para romper com essas duas
práticas, uma puritana e pretenciosa e outra licenciosa e irreverente devemos
buscar viver um S. João com festas dignamente católicas sem esquecer que o
santo antes de tudo era um penitente que foi se apagando para que Cristo
aparecesse. Eis sua virtude que faz com que ele hoje seja lembrado. Que como S.
João Batista também nos apaguemos para que o nome de Cristo seja exaltado!
Viva São João!
domingo, 25 de junho de 2023
Cordialidades
O advogado Cristiano Zanin
acaba de ser aprovado pelo plenário do Senado como novo ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) para escândalo de uns e euforia de outros. De minha
parte não entendo os escandalizados, muito menos endosso os eufóricos, afinal
essa aprovação não merece comemoração nem é uma surpresa. Mas como podemos
enxergar tanto a indicação quanto a aprovação?
Diria haver algumas formas
de enxergar todo esse processo desde o entendimento de que a indicação expõe
claramente o estelionato eleitoral do atual presidente até o entendimento de
que a indicação não fere o princípio da impessoalidade na medida em que, pese a
proximidade do presidente com o indicado, este por suas capacidades cumpriria
os requisitos básicos para o cargo. Por mais que ambas formas de ver a situação
sejam possíveis, outra forma me parece no momento mais acertada.
Trata-se de ver a indicação
e a aprovação como emanações contemporâneas do “homem cordial” tão bem
representado pelo sociólogo brasileiro, Sérgio Buarque de Holanda. O conceito
ao contrário do que possa parecer a um leigo na matéria, não trata de um homem
polido ou educado, ainda que por vezes ele surja assim, mas do homem propenso
em suas ações a privilegiar sua emotividade ou sua vontade particular frente ao
que é público. Daí o adjetivo cordial oriundo do substantivo cor, que em latim significa coração, definir
o homem brasileiro. Esse agir com base no “coração” acaba por fazer com que as
fronteiras do público em que predominaria o distanciamento da impessoalidade e
o privado onde predominaria as relações íntimas, entrecruzem-se e se dissolvam
um no outro.
Para compreender mais essa
visão, recomendo além da leitura do próprio Buarque de Holanda, a leitura do
livro, “O que faz o brasil, Brasil?”, para que se entenda mais essa mistura dos
espaços da “casa” (âmbito privado) e da “rua” (âmbito público) nos dizeres de
Roberto DaMatta. Depois dessas referências volto ao caso citado que como eu
dizia deve ser enxergado como exemplo atualíssimo de como a figura do homem
cordial se configura como paradigma político. A indicação do presidente
ratificada pela maioria do senado federal revela na prática que permanece viva
essa predisposição ao tratamento do público como privado, do império da vontade
sobre o império da lei.
Forma-se uma rede de “cordialidades”,
onde os favores são trocados e os cargos amarrados. Talvez essa cordialidade
não fosse de todo um mal, pois concordo com Afonso Pena que não há como levar a
cabo toda pureza de espírito no âmbito da política, mas coisa diferente é o
cinismo de apregoar uma impessoalidade anglo-saxã, enquanto se encarna a mais
crua pessoalidade do corporativismo e do compadrio político, os frutos mais
podres da cordialidade brasileira.
Podemos dizer que esse
espetáculo não se desenrolou na ilegalidade, mas que a cortina ao ser fechada não
escondeu a silhueta da imoralidade que se recusava à reclusão dos bastidores, dirigindo-se
contundentemente ao palco. E mais uma vez na história o conflito entre o moral
e o legal se apresentou. O problema é que nessa briga ambos acabaram perdendo.
Por fim, não custa nada
lembrar do velho provérbio e fazer uma pergunta: Se à mulher de César não basta
ser honesta, mas parecer o que não dizer do próprio César?
domingo, 11 de junho de 2023
Pensamento avulso LXXXIV
Como muitas pessoas não se suportam a si mesmas é preciso que encontrem um anteparo moral e um suporte externo. No caso encontram isso num certo ambientalismo do tipo: "eu prefiro cachorro do que gente". É óbvio que preferem, afinal o cachorro não questiona, não é um outro "eu" a ser amado apesar dos pecados. Com isso, tantas pessoas se furtam a exercer a caridade (amor) que Nosso Senhor nos ensinou. Um amor que se rende até mesmo aos algozes.
quarta-feira, 24 de maio de 2023
Pensamento avulso LXXXIII
Revolução é coisa de adolescente idealista de cabeça vazia, de adultos que imitam tais adolescentes e de inescrupulosos sedentos de poder.
sábado, 1 de abril de 2023
O homem sensato e a rocha
Esses dias lendo e meditando sobre os evangelhos, mais precisamente o de S. Mateus deparei-me com uma parábola contada por Nosso Senhor. Não era a primeira vez que a lia, mas foi a primeira vez que eu refleti mais profundamente sobre seu significado. Acredito que o meu leitor também já conhece a parábola do homem sensato versus o homem insensato, mas permita-me compartilhar contigo o que espero não ser um devaneio.
Pois bem, nessa parábola Nosso Senhor distingue dois tipos de homem e suas atitudes. O sensato que constrói sua casa sobre a rocha e o insensato que a constrói sobre a areia. O primeiro pensamento que me veio é que nada é dito sobre o tamanho ou outra característica da casa, mas somente sobre onde ela se assenta. Devemos construir a casa, pequena que for, mas devemos fazê-la sobre a rocha firme da Igreja, sobre Pedro a rocha que o próprio Cristo nos deu. Nesse sentido, devemos proceder imitando o caminho dos santos que se fizeram pequenos quando construíam a casa de sua vida espiritual.
No entanto, a agitação do mundo nos conclama a construir imensas mansões, grandes casas de orgulho e “direitos” e de grande confiança nos feitos humanos. A questão é que hoje ou amanhã tais casas cairão, pois foram alicerçadas na areia das opiniões e na fluidez do mundo onde o que hoje é, ontem não o foi nem ao menos amanhã será. Meditando acerca disso e vislumbrando o vaivém do mundo, outro entendimento dessa figura da sensatez e da insensatez se fez presente.
O homem sensato se funda na rocha que representa o que é fixo e firme, dando-lhe a segurança necessária de que sua obra não sucumbirá em meio às instabilidades do mundo. E como podemos alcançar essa rocha em meio à lama movediça que se tornou o mundo “pós-cristão”? O primeiro passo é compreender, aceitar e acatar a realidade como foi criada e como ela se encontra após a Queda, afinal a revolta contra o que Deus determinou é a fonte de todo pecado e todo mal. A rocha firme é a realidade da obra da Redenção. E nesse ponto é importante fazer algumas considerações. A primeira é em relação ao pecado primeiro que consiste justamente em não aceitar a realidade, em não aceitar o que se é, mas revoltar-se contra essa realidade e acreditar-se ser maior do que se é. Eis o pecado de Lúcifer, eis a desobediência que fez caírem Adão e Eva e com eles a humanidade. Aí está a areia do homem insensato.
A segunda consideração encontra-se nos salmos de Davi em que o salmista pede ao Senhor que o livre da confusão, que consiste justamente em não enxergar a realidade. Esse é um dos maiores castigos que podemos padecer: a confusão mental. Ela nos faz enxergar a rocha como areia e vice-versa. Tal confusão hoje é imperativa no mundo em suas múltiplas ideologias, sendo preciso para construir na rocha nos afastarmos do orgulho de querer ser o que não somos e aceitarmos o que somos com humildade.
S. Tomás de Aquino nos diz que a humildade é uma virtude que modera o nosso anseio de grandeza nos orientando pela reta razão. Eis aí o modo de lidarmos com as areias movediças da contemporaneidade: reconhecer a rocha da realidade, rebaixando as nossas vontades com humildade.
sábado, 4 de março de 2023
A morte da verdade
Quando digo que a grande mídia não se pauta pela verdade objetiva, não o faço no sentido de pronunciar um xingamento ou mesmo num tom de crítica, mas de uma constatação. Isso ocorre porque predomina na mentalidade jornalística contemporânea aquela frase famosa de Nietzsche: “Não existem fatos, apenas interpretações”.
Com o predomínio dessa visão de mundo impõe-se um jogo de poder onde a narrativa mais forte e convincente se sobrepõe à verdade, afinal aquela relação de adequação da nossa inteligência à coisa observada parece ter ficado para trás. A quem não acompanha o debate filosófico podemos apresentar o seguinte resumo de como a situação está: a verdade não existe, o que existe são visões e perspectivas pessoais ou coletivas não importando o que é, mas o que parece.
Entendendo esse processo histórico certas práticas atuais do jornalismo ficam mais claras e algumas palavras-chave como “poder” e “narrativa” nos permitem ter mais clareza daquilo que se passa ao nosso redor. Vamos a um exemplo: a gasolina. Em 2021 uma sequência de aumentos levou a críticas infindáveis ao governo da época, um governo ouvíamos dizer, que não se preocupava com o povo e principalmente com o pobre que dependia do carro, da moto, do ônibus.
Hoje estamos às vésperas de uma retomada da cobrança de impostos federais e consequente haverá aumento de combustível. E o que temos escutado de uma parcela considerável da imprensa? Que carro é coisa de rico ou de no máximo classe média e que a retomada da cobrança de impostos beneficiará o governo e a economia. Alguém poderia dizer se tratar do velho “dois pesos e duas medidas”, mas não é só isso, Como eu disse a chave é entender que não se trata de duas posições jornalísticas acerca de dois fatos ainda que parecidos, mas de duas narrativas permeadas da vontade de, no primeiro caso, confrontar um poder instituído, e de no segundo caso, justificar outro poder mais afim à visão de mundo da chamada “grande mídia”.
Frente a esse quadro não adianta muito denunciar hipocrisias ou recorrer a coerências lógicas, afinal se o fato não é impositivo, menos ainda será a sua exposição clarividente. Essa sentença pode soar pessimista ou imobilizante, mas seu valor não está na ação imediata, mas em nos trazer um pouco do que mais precisamos no momento: sanidade intelectual. Podemos agora não alcançar os meios de ação, mas nos achegamos à possibilidade da verdade, o que significa liberdade. E só a verdadeira liberdade, para o Bem, pode servir de parâmetro a boas ações. Busquemos com afinco a verdade e só assim seremos livres.
quinta-feira, 2 de março de 2023
Sobre as têmporas
A Igreja, mãe e mestra instituiu os jejuns das quatro têmporas. Um período de jejuns que acompanha o ciclo das estações do ano. Desse modo, há quatro têmporas por ano. O Doutor Angélico, S. Tomás de Aquino, destaca o fato de "caberem" três meses numa têmpora, o que acompanha as três ordens sacras.
É um período de jejum e penitência que segue o exemplo de Nosso Senhor, que antes de alguma mudança significativa sempre se punha em jejum e oração.
Representa o senhorio de Deus sobre a criação nos relembrando de que há tempo para tudo e que nós fazemos parte dessa criação nos conformando aos desígnios de Deus expressos na natureza.
Lembra-nos também da virtude da temperança em que devemos buscar a contenção de nossas paixões.
É um tempo em que percebemos que o sobrenatural sujeita o natural, sendo que por meio de nossa vida natural retamente vivida podemos alcançar a plenitude da vida espiritual.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2023
Pensamento avulso LXXXII
quarta-feira, 25 de janeiro de 2023
Pensamento avulso LXXXI
quinta-feira, 5 de janeiro de 2023
Pensamento avulso LXXX
domingo, 1 de janeiro de 2023
Pensamento avulso LXXIX
Muitos cientistas pontificam sobre assuntos ou coisas não científicas (stricto sensu) transferindo falaciosamente a autoridade que possuem em suas especialidades para o assunto que opinam inadvertidamente. Para complementar a postura sofística se voltam aos críticos desse procedimento como se estes estivessem a criticar a própria ciência e não o cientista que dela faz uso indevido tomando-lhe a autoridade de modo totalmente equivocado.