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terça-feira, 26 de julho de 2022

Pensamento avulso LXXI

Não será no terreno da economia que serão travadas as batalhas dos nossos tempos. Algumas trincheiras podem ser armadas no campo cultural, mas também aí não se travarão as batalhas decisivas. O embate derradeiro ocorrerá no território espiritual.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Pensamento avulso LXX

Pode-se enxergar o "identitarismo" e suas ramificações como o movimento Woke como a dissolução de uma civilização baseada em princípios universais. No entanto, tais movimentos vão muito além disso, pois dissolvem a própria sanidade humana de quem realmente leva a sério essa tribalização da sociabilidade humana.

Explico-me! Não se trata de um retorno ao antigo tribalismo, mas da redução do ser humano a grupo cada vez mais restritos que se impõem como os depositários da verdadeira opressão histórica. Como "A Revolução" justifica moralmente que tais grupos utilizem dos meios disponíveis para superar tal opressão não é surpresa que a irracionalidade floresça em meio a tais movimentos. 

Cumpre-se assim o curso dialético, hegeliano diga-se de passagem, que acomoda a tensão entre o racional e o irracional, entre o adequado e o inadequado, um verdadeiro "morde e assopra" histórico que ficou bem claro desde a Revolução Francesa. Nesse sentido, wokeísmo e afins não são contraditórios ou mesmo contrários ao valores revolucionários supostamente universalistas, mas são a complementação dialética, a síntese de um processo ininterrupto de mudanças que começa com a revolução moderna.

Então, não se trata de um novo alvorecer cinzento ou brilhante, mas de um ocaso, onde o irracionalismo do tribalismo contemporâneo é o estágio quase definitivo do modernismo racionalista.     

sábado, 9 de julho de 2022

Pensamento avulso LXIX

Segue a segunda lição que podemos retirar da teologia de Bulltmann:

2) O afastamento do Magistério e da Tradição impossibilita, sim impossibilita a compreensão das Sagradas escrituras. Como dissemos anteriormente sobrou a Bultmann uma erudição vazia de sabedoria. Sua teologia muito apegada ao cientificismo da virada dos séculos XIX-XX teve de se apegar numa hermenêutica que tomasse todos os testemunhos dos escritores sagrados como símbolos, como figuras de linguagem. Tudo isso para a mensagem evangélica "cair" bem, em tese para uma sociedade em que os mitos não repercutiam, quando na verdade, numa linguagem bem clara e popular, o que se pretendia era tornar o Evangelho palatável a intelectuais pedantes e amantes de abstrações como bem explicou Chesterton ao dizer que estes deixavam de ser homens quando se esforçavam para se tornarem humanistas.

No fim das contas faltou em seu caminho um S. Filipe como ocorrera ao eunuco da rainha Candace, alguém que lhe explicasse as Escrituras para além das letras que o sufocavam.