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terça-feira, 2 de janeiro de 2018

"Um erro não justifica o outro"


Tem sido costumeiro, até em meio a intelectuais de renome, utilizar os crimes de políticos brasileiros como base de avaliação ética de ações que vão desde furar a fila da padaria à cometer um assalto. Comparativamente parece ser tudo a mesma coisa. Nesse sentido, não ter noção de proporcionalidade parece ser o mote do momento.
Em meio a esse clima de falta de critério e de razoabilidade me deparo, já há alguns meses, com a frase abaixo pichada no muro de um condomínio próximo à UFMG. Decidi então publicar algo sobre a "obra de arte". 
O sujeito que pichou o muro utiliza um critério moral tortuoso para justificar sua pichação, afinal o que é um rabisco em meio a tanto roubo, não é mesmo?
Ele deve ter dado tanto ouvido a esses intelectuais da moralidade que resolveu levar a cabo as justificativas deles e consequentemente a ausência de critérios morais sólidos. Mas como diz aquele velho ditado "um erro não justifica o outro" e o fato de haver roubos em excesso no país não dá o direito de utilizar de um bem de outro dessa maneira sem a sua aprovação. Isso é o básico do básico em qualquer civilização, no entanto a geração "lacradora" não consegue compreender isso, pois é a arte do pichador e o coitado, não pode ser "censurado". Talvez até gere um trauma...
Enquanto tal mentalidade predominar e se espalhar entre os jovens estaremos cada vez mais distantes de estabelecer relações mínimas de respeito que garantam a paz social. A questão aqui não é equiparar o pichação com outros crimes, caso contrário estaria caindo no mesmo erro que aponto, mas tão somente mostrar que as justificativas morais para a sua prática, se estendidas a outras esferas podem impossibilitar a existência mesma de uma sociedade com um mínimo de ordem e respeito ao próximo.