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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Pensamento avulso XXVIII

Relativiza-se tudo em nome da tolerância e o resultado disso é a absolutização do relativo, o que não deixa de ser contraditório e irônico.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Arte ou crime?

 O novo gestor de cultura da prefeitura de Belo Horizonte, Juca Ferreira, postou ontem texto criticando o encerramento da exposição Queermuseu em Porto Alegre. Com a naturalidade dos sonsos, nosso futuro secretário inverte o jogo e mostra o compromisso dos “bens pensantes” intelectuais brasileiros em falsear a realidade em nome de uma suposta liberdade de expressão. Antes de precisar essa falha, que parece mais um ato de má-fé ou desonestidade intelectual, é necessário deixar muito claro que o problema central da exposição não é relativo à censura ou à liberdade de expressão, mas sim a prática de um crime previsto em lei. Trata-se clara e simplesmente de obras de “arte” que ferem a Constituição e o Código Penal, pois promovem vilipêndio a objetos de culto, ou seja, promovem o ultraje, a zombaria proposital e agressiva à fé. Não se trata no caso de “releituras” desses objetos, mas de um escárnio objetivamente verificável. Sabendo disso podemos afirmar que o argumento de Juca Ferreira e de outros que interpretam a exposição como o suprassumo da liberdade, são apenas subterfúgios ou eufemismos baratos.
Para não dizerem que fujo do texto publicado pelo escolhido de Kalil passo a considerações sobre o que ele afirmou recorrendo à garantia legal de que goza o artista de praticar sua arte com liberdade. O que ele se esquece é que tal direito não é absoluto e que a negação legal da censura é referida à censura prévia, tratando o texto da lei de um sentido estrito do termo censura e não da utilização ampla que se faz dele no cotidiano. Para quem é da área, como ele, tudo isso deveria ser de uma obviedade gritante, mas as ideias semi-prontas e a sucessão de jargões em seu discurso esclarecem porque o óbvio lhe “passou batido”. Simplificando, quase ao ponto de desenhar, podemos dizer ao sr. Juca Ferreira que o meu direito à liberdade traz consigo a responsabilidade de arcar com as consequências do que faço com ela. Crianças pequenas, com menos idade e mais sabedoria, reconhecem isso quando, por exemplo, machucam outras crianças e são advertidas. Sabem que não podem utilizar de sua liberdade como bem entendam com o risco de a perderem, com justiça, diga-se de passagem. O psicólogo Lawrence Kohlberg diria se tratar do primeiro nível de desenvolvimento moral, o nível pré-convencional que parece não ter sido atingido pelo sr. Juca Ferreira se levarmos em consideração, a pseudo-argumentação em seu texto. Suas palavras então devem ser vistas como uma mera reação ideológica ao que convencionou chamar de “ecos do golpe de 1964” do que a expressão autêntica de quem se indigna com uma injustiça.
Ainda sobre a suposta censura cabe deixar claro que cabia ao Santander Cultural manter ou não a exposição, pois tinha autonomia para isso. Afinal se trata de uma exposição patrocinada por uma instituição privada, ainda que que utilizando recursos de dedução fiscal. Dessa forma, não houve nenhum “ferimento” à Constituição, mas apenas a resposta tardia, é importante dizer, de uma empresa que estava perdendo mercado e que via com medo tanto a enorme perda de clientes quanto a justa punição legal.

Por último, mas não menos importante é preciso combater a pretensão que ele exteriorizou de trazer a exposição a Belo Horizonte. Nesse sentido, devemos pressionar o prefeito Alexandre Kalil e seu partido PHS para que deixem claro à população se irão compactuar com essa atividade criminosa travestida de arte.

domingo, 10 de setembro de 2017

Pensamento avulso XXVII

A arte contemporânea é uma “não arte”, assim como a maior parte da filosofia contemporânea é uma “não filosofia”. Ambas, arte e filosofia, perderam aquilo que as definia e orientava, a saber, a noção de ordem e consequentemente a de beleza.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Os tolerantes e suas tolerâncias: o pastor do sindicato

Eis a narração de um fato ocorrido há algumas semanas: Era quase nove horas da manhã e eu já tinha terminado uma aula, boa por sinal, quando entra um senhor na sala dos professores falando alto e entregando seus panfletos. Por quase dez minutos fez sua pregação. Falou do suposto golpe, das reformas que iriam acabar com o 13º, com as férias, com a aposentadoria, com todos os direitos. Bradou tudo isso com um sorriso de quem supõe a adesão da plateia ou, quem sabe em sua mente, de seus fiéis. Até que um professor levanta a mão e diz: "o senhor está equivocado, pois o 13º é um direito adquirido e não consta no texto da reforma suprimi-lo". Nesse momento como dizemos no interior "o tempo fechou", não, não houve agressão, mas o semblante do sindicalista mudou. Iniciou-se o festival de jargões em que o sindicalista chamou o professor de mentiroso e de defensor do patronato, mas sem respeito algum ao professor que com muita calma havia feito a observação.
Então eu que vinha rezando pedindo paciência não aguentei e disse, com muita firmeza por sinal, que o sindicato e ele com seu discurso espalhavam inverdades a fim de reforçar suas posições políticas ideológicas e se havia discordância quanto às reformas, o que eu também tenho, deveríamos debater as propostas como são e não criando um espantalho, falseando a realidade. E qual foi a resposta: "Golpistas não passarão, defensor patronal, abra sua mente, você não vai se aposentar, zzz...". Impacientemente tentei quebrar essa sequência de jargões e o “pastor do sindicato” foi pro um campo ainda pior para ele dizendo mais ou menos nesses termos: "leia Marx". Respondi então que já havia lido tendo inclusive apresentado um texto num congresso internacional a respeito dele. Só que não fiquei restrito a essa leitura e busquei entender outras escolas, outros filósofos e economistas e fomos a Hayek. Perguntei se ele tinha ligo algo a respeito e ele disse que sim. Perguntei qual texto e ele não se lembrava. Perguntei se ele se lembrava de alguma ideia dele e eles disse que não. Perguntei sobre outros economistas da escola austríaca e silêncio... Silêncio que explica tanta gritaria...


Quando começa a vida: Dr. Lejeune


sábado, 4 de março de 2017

Pensamento avulso XXVI

O nível de desonestidade e mau caratismo da grande mídia mundo afora só tem aumentado. Recentemente o presidente D. Trump dirigindo-se diretamente a um canal de notícias os chamou de fake news, sem subterfúgios, sem indiretas. E como o evento foi veiculado? “Trump demonstra seu ódio à imprensa livre”. “Em ato terrível de tirania presidente americano demonstra outra vez que quer destruir a imprensa”. É por essas e outras que não confio na grande mídia a não ser em previsão de tempo e olhe lá!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Uma farsa chamada Hollywood

Hollywood pode ter glamour, grana, badalação e mais um milhão de adjetivos fofinhos, em certa medida interessantes e até bons sob certos aspectos, mas isso em essência não define muito coisa ou melhor não define nada. Veja a vida de centena desses artistas desequilibrados emocionalmente e absolutamente fora da realidade cotidiana daqueles que eles dizem representar.
Resumindo: Hollywood e suas premiações, vide o Oscar, são uma farsa, um mundo artificial, sem alma. O que sobra é uma casca esteticamente atraente subjugada pelo politicamente correto estampado em discursinhos histéricos e igualmente inautênticos feitos pelos premiados, salvo raras exceções. Se ano passado o Oscar foi injustamente atacado pelos justiceiros sociais, esse ano para não pegar mal premiou a "diversidade", numa espécie de cota para agradar gregos e troianos.
Num mundo onde cristãos são duramente perseguidos, onde um verdadeiro feminicídio ocorre devido a abortos seletivos, soam-me politiqueiros e mentirosos esses discursos engajados que só lembram do Trump ao citar as mazelas do mundo. Esse é o retrato do "beautiful people" preocupado consigo mesmo apenas, mas que quer aparecer como salvador do mundo quando no máximo só repetem o discurso daqueles que os contratam e fazem isso muito bem, afinal são grandes atores.


sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Pensamento avulso XXV

Não é raro que os arautos da tolerância e do diálogo ao virar da maré de seus desejos e expectativas se tornem o exemplo vivo da tirania e da violência.