Não publiquei qualquer
postagem acerca da renúncia do papa Bento XVI e a consequente eleição de um
novo papa por dois motivos. O primeiro foi o adoecimento de minha mãe que
graças a Deus vem melhorando, mas ainda inspira cuidado, por isso, fazendo um
parêntese na reflexão que proponho peço a todos os leitores do blog que rezem
por sua plena recuperação. O segundo motivo não é da gravidade do primeiro, mas
foi o que realmente impossibilitou algum comentário meu a respeito de fato tão
espantoso: a ignorância. Frente à renúncia e o conclave silenciei-me para
tentar compreender melhor o que está se passando com a Igreja Militante,
entretanto, considero que agora empossado o novo papa eu possa tecer algumas
considerações que estão ao alcance do meu intelecto e do compromisso como
católico leigo.
Pululam na imprensa,
notadamente a imprensa radiofônica e da Internet, diversas especulações sobre o
acontecido no conclave e agora comentários acerca da escolha do nome Francisco
pelo então cardeal Jorge Mario Bergolio. Geralmente os que comentavam e
continuam comentando e opinando
são vaticanistas com extensa experiência de uma semana no estudo da doutrina
católica. Tais especialistas (em sua maioria) animados pelo espirito
politicamente correto ficaram então em polvorosa pela escolha desse nome, que
evoca afinal a figura do grande São Francisco de Assis e nos faz lembrar também
de outros santos homônimos como São Francisco Xavier jesuíta como o atual papa.
Mas o que provocou enorme rebuliço por parte da imprensa e do povo em geral é o
que toca o imaginário equivocado que se criou em torno de S. Francisco de Assis
tido como o precursor de movimentos tão avessos à Verdadeira Igreja Católica,
amada por S. Francisco, como os movimentos hippie (sic), ecofascistas e da
teologia da libertação (já condenada em seus fundamentos pela Igreja por suas raízes marxistas).
S. Francisco amou sim
os pobres e abraçou a pobreza, mas não por causa da pobreza em si mesma, e sim
sabendo que amando os pobres (necessitados de todo tipo) amava ainda mais a
Cristo (S.
Mateus 25) Muito menos S. Francisco compactuaria com o “ecocentrismo”
promovido por supostos seguidores seus que abandonam seus preceitos de pai
espiritual sereno e intrépido que tinha a Cristo como centro de sua vida, das
criaturas que tanto prezava e de toda a história.
Com respeito e afeto
filial, mas também com desejo intenso e com insistência cristã espero que o
atual papa imite S. Francisco de Assis, o S. Francisco combatente, corajoso e
intolerante ao pecado, que perante os erros e descrenças de sua época disse o
seguinte:
9 Por isso são réprobos todos
aqueles que viram o Senhor Jesus Cristo em sua humanidade sem enxergá-lo
segundo o espírito e a divindade e sem crer que Ele é o verdadeiro Filho de
Deus.
10 De igual modo são hoje em dia
réprobos todos aqueles que - embora vendo o sacramento do corpo de Cristo que,
pelas palavras do Senhor, se torna santamente presente sobre o altar, sob as
espécies de pão e vinho, nas mãos do sacerdote – não olham segundo o espírito e
a divindade, nem creem que se trata verdadeiramente do corpo e do sangue de
Nosso Senhor Jesus Cristo. Atesta-o pessoalmente o Altíssimo quando diz:
11 "Este é o meu corpo e o
sangue da nova Aliança" (cf. Mc 14,22); e:
12 "Quem comer a minha carne e beber o meu sangue terá a vida eterna"
(cf. Jo 6,55).
13 Por isso é o Espírito do Senhor,
que habita nos seus fiéis, quem recebe o santíssimo corpo e sangue do Senhor
(cf. Jo 6,62).
14 Todos aqueles que não participam
desse espírito e no entanto ousam comungar, “comem e bebem a sua condenação”
(1 Cor 11,29). [Destaque meu]
15 Portanto, “ó filhos dos homens,
até quando tereis duro o coração?” (Sl 4,3). Por que não reconheceis a verdade
“nem credes no Filho de Deus” (Jô 9,35)? (Trecho das Admoestações. Cap. 1 – Do corpo do Senhor).
Meus amigos que o papa
Francisco seja como o S. Francisco das frases acima e das obras da verdadeira
caridade que nos impulsiona à verdade e não o S. Francisco light e politicamente correto que a grande mídia erigiu. Que ele se
lembre ou alguém próximo a ele na Santa Sé o lembre que a humildade e pobreza
de Espirito não significam simplismo litúrgico ou desleixo pelas coisas de Deus
como defendem alguns teólogos. (“Lembraram-se então os seus discípulos do que
está escrito: O zelo da tua casa me consome Sl 68,10)”.
(São João 2, 17).)
Não seria demais
lembrar também que a Igreja está neste mundo, mas não é deste mundo e que,
portanto deve fugir da tentação de se equivaler a entidades como a ONU que não têm
compromisso com a Verdade Revelada de Cristo. Pressões irão ocorrer externas e internas, mas
a barca de S. Pedro deve permanecer firme sem afundar nas ciladas do
“mornismo”, na covardia de não se posicionar veementemente frente às ânsias
pecaminosas do mundo com medo da “opinião pública” infelizmente dominada pela
maldição do politicamente correto, do fale o que as pessoas querem ouvir. Que o
papa seja sim, simples, manso e humilde de coração, o que evidentemente não
contradiz, mas completam as palavras do Santo Evangelho e ensinamento do
Sagrado Magistério: (Dizei somente: Sim, se é sim; não, se é não. Tudo o que
passa além disto vem do Maligno. São Mateus 5, 37).
Rezemos pele papa!
Rezemos pela Igreja!
Cito este escrito de S. Francisco como um exemplo
entre tantos outros de que o santo não deve se ater a regras de polidez, mas
sim à Verdade mesmo que isso gere palavras duras que sirvam de conversão.
Tomas apenas os textos em que S. Francisco fala com doçura aos seus filhos
espirituais é desvirtuar sua mensagem mais profunda que é a de conversão e que
por isso mesmo gera repreensões rígidas próprias de um pai que ama seus filhos.