Pesquisar este blog

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Política no Brasil: alguém duvida que a vaca foi para o brejo?


Tenho o projeto de escrever em breve sobre as atitudes politicamente incorretas de Jesus. Mas enquanto isso não acontece lanço neste texto uma análise da política brasileira na atualidade, manifestando já de início meu posicionamento contrário à democracia liberal, socialismo, liberalismo em geral, em acordo com a Igreja:
eles (os governantes), porém, quiseram, sobre as bases do liberalismo e do laicismo, levantar outros edifícios sociais que à primeira vista pareciam poderosas e magníficas construções, mas bem depressa se viu que careciam de sólidos fundamentos, e se vão miseravelmente desmoronando, um após outro, como tem que desmoronar-se tudo quanto não se apoia sobre a única pedra angular, que é Jesus Cristo. (Pio XI, Encíclica: Divini Redemptoris).
Conferir também a encíclica Omnia instaurare in Christo do papa S. Pio X.
Mesmo sem recorrer à sabedoria da Igreja podemos por nossa própria razão perceber, verificando os fatos, o quanto o sistema político brasileiro é pernicioso. A campanha eleitoral do ano passado serve bem de modelo para o que quero dizer sobre o reino da mentira e da incoerência sob o qual vivemos. A falta de coerência, como disse um amigo, é talvez o que mais irrite nisso tudo. Mas tal incoerência não é mero fruto da ignorância, e sim é uma das faces da mentira. E a história nos mostra que bandidos são falseadores sem compromisso algum com a verdade. Pois voltemos à campanha eleitoral do ano passado, quando o bispo de Guarulhos, D. Luiz Gonzaga Bergonzini, no pleno gozo do seu direito e mesmo dever acusou a então candidata Dilma Roussef e o PT de serem favoráveis a legalização do aborto provando, como 2 mais 2 são quatro, a sua acusação, imediatamente entraram em ação os militantes (popularmente conhecidos como “os puxa-saco”) tentando impedir a divulgação do material. Como essa estratégia não funcionou e a comoção popular foi grande mudaram a estratégia e de repente a atual presidente da república se tornou devota, pessoalmente contrária ao aborto como se ela nunca tivesse afirmado que o aborto era uma questão de saúde pública (sic). Ó santa convicção!
O descaramento e a cara de pau são tão grandes que a queda dos índices educacionais em avaliações internacionais é vista como positiva e um enorme passo rumo à democratização. Depois ainda afirmam que “contra fatos não há argumentos”. Sinceramente só posso ver isso como uma declaração aberta, por parte deles, de que nós os brasileiros somos idiotas incapazes de distinguir entre um pato e um burro!
Agora, fato é que a apatia daqueles que deveriam clamar contra a degradação moral e intelectual da sociedade serve de impulso para os nefastos oportunistas. Enquanto o tal “Kit Gay”, que invade a privacidade da família, é quase enfiado goela abaixo de nossas crianças, um padre, isso mesmo um padre (cf. http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/05/12/padre-contraria-cnbb-elogia-supremo-por-legalizar-uniao-de-casais-gays-no-brasil-924449881.asp) comemora o reconhecimento do casamento homossexual pelo STF.
Mas, o “Kit Gay” não foi aprovado graças a intercessão “milagrosa” da presidente Dilma Roussef (como é unida a equipe do governo), afinal o Kit foi elaborado por pessoas indicadas pela própria Roussef... Poderíamos imaginar que enfim um mínimo de senso moral a comoveu, mas não acredito nisso, como não acredito que tenha nevado no Rio de Janeiro no verão deste ano. Tal iniciativa tem menos a ver com princípios do que com interesse político, afinal Palocci braço direito dela está na corda bamba e a população brasileira, para infelicidade dos vermelhos vestidinhos de branco e verde, ainda é conservadora.
Ainda existem pessoas esperançosas com a política brasileira, mas com tristeza já não vejo nenhuma solução enquanto a maior parte dos bispos e religiosos brasileiros compactuarem com essa verdadeira destruição de nossa civilização. A vaca já está no brejo e para tirá-la do atoleiro só com braço forte e resolução, disposições que infelizmente não se encontra nos políticos brasileiros.
Lino Batista 26/05/11
Nas próximas postagens pretendo analisar a política brasileira a partir da obra de Aristóteles...

terça-feira, 24 de maio de 2011

Pensamento avulso I

A humildade intelectual cristã se ancora na noção mesma do Mistério. Pensamos temporalmente e nos inserimos no tempo, por isso, nossa razão por si só é incapaz de acessar a Verdade, o que não significa que Ela não exista, afinal ela é o próprio Cristo: “Jesus respondeu: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim’.” (Jo 14,6.)

A filosofia moderna e contemporânea tendo como medida apenas o homem não consegue conceber isso, logo relativiza tudo e nega a Verdade. A ideia de tempo é aí paradigmática: como pode um ser temporal reter o que é intemporal? Somente a fé possibilita isso e quando a fé é relegada o homem perde sua oportunidade de se desvencilhar do tempo.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Mentirinha básica que nos ensinam na escola

Deve-se dizer que a diversidade de razões no conhecer determina a diversidade das ciências. Tanto o astrônomo como o físico chegam à mesma conclusão: a terra é redonda. Mas o primeiro se utiliza de um raciocínio matemático, que prescinde da matéria; ao passo que o físico por um raciocínio que tem em conta a matéria. (TOMÁS, 2001, p.139)

Quem já não ouviu de um professor, já não leu num jornal, ou soube de alguma outra fonte que a Igreja é obscurantista e, portanto, inimiga da ciência. Pois é, um dia também eu ouvi e acreditei nesse tipo de besteira que virou "dogma" com o avanço do Iluminismo. E nesse rol de histórias mentirosas e absurdas está a de que a Igreja afirmava categoricamente que a terra não era redonda (sic.). Entre as inúmeras provas de que isso não era verdade cito acima um trecho da, “Suma Teológica”, de Santo Tomás de Aquino um dos mais importantes, senão o maior, dos filósofos católicos.

Cabe ressaltar que S. Tomás de Aquino viveu em pleno século XIII, apogeu da Idade Média onde as universidades correspondiam a tal designação. São pensadores desse período: S. Alberto Magno, S. Boaventura, Roger Bacon e Roberto Grosseteste. O alto nível das discussões de tais pensadores supera e muito, vários dos debates que se realizam em nossas universidades atuais.

Se tivéssemos pesquisadores mais sérios e comprometidos com os fatos que estudam e não com as ideologias que “professam”, talvez menos lixo intelectual fosse produzido no país e a verdade pudesse prevalecer...

Referência bibliográfica:

TOMÁS, de Aquino, Santo. Suma teológica: teologia, Deus, trindade: volume 1: parte 1: questões 1-43. 2.ed. São Paulo: Edições Loyola, 2003.

Indicações:

CHESTERTON, G. K. S. Tomás de Aquino. 3.ed. Braga: Cruz, 1957. 271p. (Colecção Critério ; 3).

LIMA VAZ, Henrique C. de, SJ. Escritos de filosofia VII: Raízes da modernidade. São Paulo: Loyola, 2002. 291p. (Filosofia; 55).

Lino Batista 20/05/11

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Impossibilidade lógica do perspectivismo

Um dos pilares do relativismo é a “tese” perspectivista que defende não haver uma visão unívoca sobre a realidade e que todas as perspectivas são igualmente válidas. Tal formulação pode ser resumida na seguinte frase: “todo ponto de vista é a vista de um ponto”. A contraposição que faço aqui é em relação à falha lógica do perspectivismo, tomando como analogia o paradoxo do mentiroso podemos falar de um paradoxo do perspectivista. Tomemos, pois, a formulação do paradoxo do mentiroso.

Se alguém faz a afirmativa, “Eu só digo mentiras”, verifica-se um problema, já que a verdade dessa assertiva é auto contraditória pois se o sujeito só diz mentiras não pode pronunciar nenhuma verdade como a frase que pronunciou e se for mentira tal assertiva ao menos uma verdade ele pronuncia, já que a negação do universal afirmativo implica pelo menos a afirmação do particular negativo “em algum momento eu não digo mentiras”.

A menção ao paradoxo do mentiroso é apenas ilustrativa para o que pretendo desenvolver que é, a saber, a constituição do paradoxo do perspectivista: Suponhamos que exista uma perspectiva P1, de acordo com a tese ela é tão válida como qualquer outra, inclusive com sua perspectiva contrária. Imaginemos que a perspectiva P1 diga que o mundo vai acabar em 2012 e que a perspectiva P2 diga que o mundo nunca vai se acabar. Oras se uma tiver correta a outra é incorreta, logo a tese perspectivista não se sustenta.

Obs.: Uma possível contraposição ao que digo pode passar pela distinção entre verdade e validade, mas como uma reflexão inicial isto é o bastante.

Lino Batista 17/05/11

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Começando

Saúde e Paz!

Nesta primeira postagem gostaria de deixá-los a par de alguns dos meus anseios e objetivos em relação a este blog. Primeiramente ele surge como uma forma de contraponto à cultura contemporânea que deslumbrada com seu poderio tecnológico e dominada por uma excessiva arrogância, não poucas vezes se esquece do passado e paradoxalmente esquece a si mesma enquanto inserida na história da humanidade e devedora de outras épocas. Partindo dessa constatação e como resposta ao que o papa Bento XVI chama de “ditadura do relativismo” viso buscar nos textos clássicos de Filosofia, Teologia, Literatura entre outros, elementos para compreender um pouco desse fenômeno e tentar superá-lo em algumas de suas vertentes mais daninhas vão desde o emotivismo¹ ao reducionismo tecnocientífico.

A tendência aos extremos mais absurdos e o baixo nível dos debates que não se restringe ao grande público, mas alcança a academia também é objeto da minha reflexão. O que me espanta nisso tudo é desfaçatez com a qual grande parte dos formadores de opinião deste país espalham mentiras como se fossem verdades absolutas e contribuem enormemente para a imbecialização do povo.

De antemão afirmo que não compactuo com o politicamente correto, pois com Aristóteles acredito que a amizade não se sobrepõe à verdade muito menos as convenções e interesses de determinado grupo por mais que os convencionalistas digam o contrário. Espero que esse trabalho seja do agrado de Deus e sirva para a elevação cultural e espiritual das pessoas que acessarem este blog.

1- Emotivismo aqui se refere à tendência associada a movimentos pentecostais que desprezam a razão caindo num sentimentalismo ingênuo.

Ad Maiorem Dei Gloriam

Lino Batista, 09/05/2011.