Pesquisar este blog

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Grandes cientistas, homens de fé*: os testemunhos de Alexis Carrel e Jérôme Lejeune

“Este sistema belíssimo do sol, planetas e cometas só poder ter surgido do conselho e domínio de um Ser inteligente e poderoso. E se as estrelas fixas são centros de outras sistemas similares, estes, sendo formados por um conselho sábio semelhante, devem estar todos sujeitos ao domínio de Alguém, especialmente porque luz das estrelas fixas é da mesma natureza que a luz do sol, e de cada sistema a luz passa para todos os outros sistemas. E para evitar que os sistemas das estrelas fixas caíssem um sobre o outro por suas gravidades, ele colocou estes sistemas a imensas distâncias entre si.
Este Ser governa todas as coisas, não como a alma do mundo, mas como Senhor sobre tudo.” (Isaac Newton)  

            O trecho acima é retirado do livro que inaugurou a física clássica. Se Galileu e outros iniciaram o processo foi Isaac Newton quem sistematizou e deu contornos mais bem definidos à ciência da natureza, ainda chamada de filosofia natural, e estabeleceu um marco na história das ciências. Pois bem o trecho acima não parece a um leitor contemporâneo ter saído de um livro de ciências, mais precisamente de um tão marcante, mas de um livro de apologética cristã.
         Tal sensação ocorre porque muitas pessoas no mundo contemporâneo, acentuadamente no ocidente, não conseguem compreender o fenômeno da fé, não conseguem dimensionar o poder da fé, talvez porque a tentem medi-la, como o diz o ditado “com sua própria régua”. Não que a fé seja rechaçada por completo, mas é tida como uma motivação secundária e que só poderia ter uma explicação psicológica ou ideológica de motivações primárias sejam econômicas como diriam os marxistas ou pela pura ignorância como diria um Dawkins.
         No entanto a história nos mostra que grandes cientistas não negaram suas crenças podendo citar aqui como exemplo a famosa anedota de Pasteur que lia sua Bíblia num trem até que foi interrompido por um jovem entusiasta da modernidade para quem a Bíblia era resquício de um período de obscurantismo e que esse jovem ao perceber a quem se dirigia vai-se amuado, a refletir. Poderia mencionar mais outros nomes destacando dois sacerdotes católicos Gregor Mendel, pai da genética, e Georges Lemaître, pai da teoria do Big Bang, mas permaneçamos por aqui.
         Antes porém de darmos sequência à temática destacando as figuras de Alexis Carrel e Jérôme Lejeune é preciso fazer duas observações pertinentes uma delas tendo por base o livro, “Imitação de Cristo”, de Tomás Kempis. A primeira é que a qualidade de um trabalho científico independe da crença ou ausência de crença do cientista. Os trabalhos de Stephen Hawking ou de Madame Curie, p. ex., não deixam de ser bons por conta da descrença, no entanto o número de gênios cristãos que alteraram o curso do conhecimento humano supera e muito o número de descrentes. O segundo ponto é a necessidade da humildade, essa virtude tão essencial, além da graça de Deus como nos diz T. Kempis: “Prefiro sentir a contrição dentro de minha alma, a saber defini-la. Se soubesse de cor toda a Bíblia e a sentença de todos os filósofos, de que te serviria tudo isso sem a caridade e a graça de Deus?” (KEMPIS, 2012, p. 21).
                   Pois bem feitas tais considerações analisemos os testemunhos de dois médicos e grandes cientistas Dr. Alexis Carrel e Dr. Jérôme Lejeune que conseguiram cumprir com excelência tanto o critério técnico/científico quanto o critério religioso/moral.

Dr. Alexis Carrel (1873-1944): o viajante de Lourdes
        
Homem observador e que se viu ainda jovem tentado pelo ambiente universitário a renegar suas crenças consideradas pueris (tendo cedido a tais argumentos) ou em termos positivistas uma crença própria de um estágio inferior no desenvolvimento da humanidade rumo ao conhecimento. Carrel formou-se e a revelia de seus mestres criou métodos próprios de cirurgião tendo sido agraciado em 1912 com o prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina por suas pesquisas sobre transfusão de sangue e transplantes. O grande marco que o fez abandonar o agnosticismo e mesmo o ateísmo foi o fato de presenciar uma cura milagrosa em Lourdes. Num desses eventos tidos por “acaso” ele acompanhava uma jovem que ao ser banhada nas águas da gruta de Lourdes se recuperou de um mal incurável o que abalou as certezas científicas do jovem médico e o fez questionar o próprio valor que atribuía às ciências naturais. Desde então inquietou-se e foi pouco a pouco retornando à casa, pois toda conversão é apenas um voltar-se ao criador. Carrel foi membro da Academia de Ciências do Vaticano e escreveu excelentes obras nas quais questionou a falta de fé de sua época bem como exortou todos a orar, pois os efeitos das orações são extraordinários.

  Dr. Jérôme Lejeune (1926-1994): defensor da vida desde a concepção

Reconhecido pelas suas pesquisas acerca dos cromossomos, Lejeune é o principal responsável pelo descobrimento das causas da Síndrome de Down além de ter sido pediatra e o primeiro professor de Genética fundamental da Faculdade de Medicina de Paris. Certamente seria agraciado pelo prêmio Nobel se não fosse por sua defesa veemente da vida sendo, por isso, um árduo combatente contra a legalização do aborto. Se o mundo recusou o cristianismo de Lejeune ele foi reconhecido pelo Vaticano fazendo parte da Academia da Vida. Atualmente há um processo aberto de beatificação além de uma importante fundação de defesa da vida com o seu nome:

“Cada uno de nosotros comienza a existir en un momento preciso en el que toda la información genética necesaria y suficiente la recoge una sola célula, el óvulo fecundado, y éste es el momento de la fecundación. No hay la menor duda de ello, y sabemos que esta información está inscrita en un tipo de listón que llamamos DNA.” Dr. Lejeune.
           

* Este texto foi elaborado em vista do encontro de formação do NUEC (Núcleo de Estudos Católicos) em parceria com o MUR (Movimento Universidades Renovadas realizado no dia 26/08 às 18h45min na Escola de Engenharia da UFMG, bloco 4, sala 2298.

Referências:
CARREL, Alexis. A oração: seu poder e efeitos. Porto: Tavares Martins, 1945. Titulo original: La priere.

KEMPIS, Tomás de. Imitação de Cristo. Petrópolis: Vozes, 2012. (Vozes de bolso).

LELOTTE, F.. Convertidos do século XX. 2. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1966. Titulo original: Convertis du XX siecle.

NEWTON, Princípios matemáticos de filosofia natural: Livros I e III/ O sistema do mundo. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.

            Páginas na Internet:

Suplemento publicitario pagado por Human Life Alliance (2002)


quarta-feira, 2 de abril de 2014

O certo que virou errado ou o legal que quiseram tornar ilegal

Muito se tem comentado na mídia sobre as declarações da jornalista Rachel Sheherazade sobre o rapaz, menor de idade, que foi amarrado por populares a um poste após ter cometido roubos e furtos (aqui). E surgiram não apenas comentários, mas gestos de apoio e também críticas, bem como uma perseguição por parte de representantes da própria classe jornalística. A declaração de Rachel Sheherazade resultou também num processo acionado pala deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) que utiliza como base desse processo o artigo 287 do Código Penal, citado a seguir: “Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime.” [1] (Acerca do processo clique aqui).
Tal acusação é absurda, pois, a jornalista não fez apologia de um “crime”, como explicarei adiante, mas externou um sentimento comum a muitos brasileiros dizendo que a atitude dos “justiceiros” foi compreensível, mas não que foi plausível ou correta, logo não cabe lhe imputar a acusação de apologia.
Pois bem, no caso do rapaz amarrado não ocorreu necessariamente um crime, mas a exacerbação de um direito garantido em lei e como bem expressa o dito: “Abusus non tollit usum”... Mas que direito é esse? Vou explicar: Pelo que me consta o decreto-lei Nº 3689[2] que ainda se encontra em vigor, garante a qualquer cidadão brasileiro prender quem esteja cometendo algum crime como se segue:

CAPÍTULO II
DA PRISÃO EM FLAGRANTE
 Art. 301.  Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito.

Conclui-se então que é permitido sim o direito de defesa da população contra meliantes em “flagrante delito” e que isso, ao contrário do que muitos comentaristas iluminados dizem, não constitui um “justiçamento”, mas um ato plenamente legal garantido pela legislação vigente. Retornando então ao caso do “menor” que foi amarrado no Rio de Janeiro o crime contra ele, se cometido, não foi efetuado pelo fato dos transeuntes terem o prendido, mas pelo modo como foi feito, por isso, citei a expressão latina, “abusus non tollit usum”. O uso do poder de prender e de agir no caso, por sua vez não permitia o abuso que sucede com a utilização de força exacerbada. Logo se a legítima ação de prisão se transformou em linchamento é algo que deve ser investigado. O que não se pode permitir é que uma jornalista profissional em pleno exercício de sua profissão, no pleno gozo dos direitos constitucionais, comentando um caso com as nuances jurídicas que apresentei, seja pressionada e porque não dizer censurada por uma deputada que deveria prezar pelo devido cumprimento da lei.
Tudo isso ocorre graças a um erro primário de compreensão de texto e análise de fatos, que crianças de ensino fundamental nunca cometeriam, graças a deturpações do devido uso da razão que advém da precedência da ideologia sobre o bom senso. Que a lucidez prevaleça sobre o ímpeto irracional da propaganda ideológica.




[1] - Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848.htm. Acesso às 23h45min do dia 31/03/2014.
[2] - Presidência da República. Casa Civil. Código de Processo Penal. Decreto-lei Nº 3689, de 3 de Outubro de 1941. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689.htm. Acesso às 23h40min do dia 28/02/2014.  

sexta-feira, 28 de março de 2014

Pensamento avulso XV

As pessoas ainda tratam o PT como um partido marginal, formado por idealistas acima de qualquer suspeita. O PT seria então o arauto da moralidade e enquanto tal um eterno perseguido pela elite. Se essa ideia não faz jus ao partido em seus primórdios, faz menos sentido ainda nos dias de hoje. Como um partido que elege presidentes há doze anos, tem no senado uma base aliada gigantesca e o apoio de "pequenas" empresas como a Odebrecht é um partido perseguido? Falta para tais pessoas o senso de proporções. Qual a elite faz frente a esse tipo de política atual? Algum professor secundarista que não recebe nem o suficiente para declarar imposto de renda? É isso que chamo de elite econômica e política!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Pensamento avulso XIV

Eureca!!! Descobri como resolver os problemas do mundo. Simples e fácil: Diz-se a palavrinha mágica "diálogo" e tudo se resolve. Exemplo: o bandido entra armado na sua casa espancando todo mundo e você diz "amigo vamos dialogar". Num passe de mágica tudo se resolve você senta com o bandido e lhe oferece um café, aproveita e perde perdão a ele por não ter podido lhe oferecer uma bebida mais elegante, um vinho do Porto, por exemplo. Quem sabe da próxima vez você tenha a oportunidade de lhe prestar esse obséquio, afinal o culpado é você mesmo que contribui para uma sociedade tão desigual em que os outros são obrigados a medidas extremas como no caso roubar.