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quarta-feira, 17 de julho de 2013

Manifestar, mas para quê mesmo? 3ª parte - Final

Finalizando estas reflexões retomo a passagem do, “Críton”, de Platão citada anteriormente. Tentar demonstrar que se tem razão simplesmente por se ter muita gente a favor de determinada ideia ou princípio não é um bom argumento nem nos conduz necessariamente à verdade e a justiça. Pelo contrário se formos analisar historicamente quando alguém ou algum grupo percebeu que poderia estimular a multidão para que esta agisse de forma padronizada a certos estímulos levaram o “povo” a condenar um filósofo da estirpe de Sócrates, a preferir Barrabás a Cristo, entre tantos outros exemplos.
  Não quero dizer com isso que não se deve levar em consideração o que as pessoas pensam, mas há que se ter cuidado com a justificativa de que a maioria sempre tem razão ou que “a voz do povo é a voz de Deus”. Quem afirma coisas desse tipo desconhece a noção de justiça.
Reconheço que há sim a necessidade de que as pessoas se contraponham a um governo injusto, mas que não façam disso um subterfúgio para implantar “justiçamentos” e espalhar pelo país um rastro de destruição, que por mais que se repita na imprensa não é algo advindo de vândalos infiltrados, pois é inerente ao processo revolucionário utilizar de medidas radicais associadas a medidas aparentemente civilizadas, para que vença de qualquer forma seja pela força ou pelo “processo democrático”.
Para terminar reitero minhas críticas ao caráter das manifestações no Brasil que surgiram de insatisfações apropriadas, mas que foram instrumentalizadas e careceram de propostas palpáveis. Àqueles que gostariam de pesquisar e conhecer algum exemplo de resistência justa menciono os cristeros do México.

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