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sexta-feira, 29 de maio de 2020

O homem moderno

Conheci em Pedro Leopoldo, que ainda guarda um quê de interior, certas figuras que nada têm de sofisticados. São bons trabalhadores, mas preferem uma cachaça, um truco e uma sinuca. Não são exemplo de nada e nem querem ser. Não são muito de igreja, mas fazem com simplicidade o sinal da cruz quando à porta de um igreja, não perdendo uma missa de festa. Sabem que são pecadores e não escondem de ninguém suas limitações. A eles com tranquilidade confiaria algo que valesse a minha vida. Preocupo-me mais com lordes e damas sofisticados, que não elevam a voz, são abstêmios e têm horror a qualquer tipo de jogo ou palavrão. São esses que propagam o aborto, que em nome do bem coadunam com políticas eugenistas, que se horrorizam com "brigas ideológicas", que acham absurdo quem dá uma esmola, afinal cuidar dos pobres é papel do Estado, não é mesmo? Esse é o retrato do homem moderno ou pós-moderno como queira. Não querem se "sujar", mas já estão totalmente poluídos. Mandam todos ficarem em casa e acham absurdo quem sai para comprar um pão, mas ai se faltar um danoninho na geladeira, vai ser uma semana de lamúria no Insta e no Twitter. Deus me livre de ser moderno, prefiro quem é "antigo" e "quente", que tem sangue nas veias, um S. Pedro que não cansa de pedir perdão, que não tem medo de tomar uma posição e errar, que às vezes sente medo e se acovarda, mas que confia e se reergue. Prefiro não ser morno, prefiro a companhia dos frequentadores de um boteco à de um rei covarde.

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