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segunda-feira, 18 de julho de 2011

A tradição dos presépios

Segue abaixo texto escrito no último Natal:

Para nós católicos vem se aproximando uma das mais belas festas do calendário, o Natal. Certamente as recentes notícias de perseguições e assassinatos de nossos irmãos em Cristo, mais precisamente o massacre em Bagdá no Iraque e o caso de Asia Bibi no Paquistão tornam mais tristes os nossos preparativos, mas nos lembram que o próprio Jesus Cristo ainda criança foi duramente perseguido e segundo ele mesmo nos disse devemos tornar nossa tristeza alegria: “Felizes de vós, se fordes insultados e perseguidos, e se disserem toda a espécie de calúnia contra vós por causa de Mim.” (Mt 5,11).
O Natal para nós é o momento de celebrarmos em família o nascimento de Jesus, o nosso Salvador. E, quanto mais família e nascimento são execrados hodiernamente, mais devemos rezar pedindo a Deus a santificação das famílias e a preservação da vida daqueles que ainda nascerão, pois o ser humano foi criado a imagem e semelhança de Deus, sendo amado por Ele como filho dileto. O Natal enquanto celebração do nascimento é, por isso, momento oportuno de defesa da vida.
No entanto, a cada ano que passa vejo cada vez mais a celebração do Natal perder sua sacralidade no mesmo ritmo em que o próprio Deus é expulso das nossas relações sociais. O Natal se tornou hoje uma festa de confraternização qualquer, dessas de fim de ano e muitas crianças não sabem sequer do nascimento do menino Jesus. Um fenômeno claro dessa perda ou como dizem alguns, dessa ressignificação cultural onde Cristo já não ó centro do Natal (e da vida das pessoas!) é o fim cadenciado da tradição dos presépios. Último entre os itens de “decoração” natalina perde para a enfeitada árvore de Natal, para os reluzentes pisca-piscas, o gordinho boneco do Papai Noel e suas “meinhas” para os presentes e perde, inclusive, para a televisão nova, item indispensável para muitos.
Questiono-me bastante acerca disso: Por que algo que nos lembra diretamente o nascimento de Cristo foi relegado a segundo plano entre os “enfeites natalinos”? Estaria isso relacionado ao fato de que Cristo mesmo está sendo relegado a segundo, terceiro, milionésimo, último plano?
Sei que muitas tradições importantes do catolicismo vem sendo esquecidas e a própria tradição dos presépios pode ser mais uma, o que seria bem triste diga-se de passagem, pois é tão bonito quando adentramos uma casa e vemos aquelas figuras tão pequenas e muito humildes ocupando um lugar de destaque na residência, o que nos lembra quando o menino Jesus, tão pequeno, frágil e humilde ocupa um lugar de destaque no coração daqueles que acolhem sua vinda. Mesmo que soe clichê afirmo que a época de Natal não se resume em dar e receber presentes, muito menos em um período de arrotar bom mocismo ou demonstrar caridades inexistentes. O Natal muito mais do que isso é a celebração cristã da vida e da família, da caridade, da alegria de se saber que Deus nos deu o maior presente que poderíamos ter recebido: o seu próprio Filho!
“Glória a Deus no mais alto dos céus e paz na terra aos homens por Ele amados” (Lc 2,14).
A todos um Feliz e Santo Natal!
24 de dezembro de 2010
Lino Batista

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