Começo este texto com a
seguinte questão: quem em sã consciência se submeteria a uma cirurgia cardíaca
operada por um calouro em medicina ou pior, operada por alguém que conheça
medicina como Tiririca conhece a gramática da língua portuguesa ou a atribuição de um deputado?
Pois bem, parece que o
governo brasileiro não anda muito são. Verifica-se um claro jogo político[1] e amadorismo crasso nas escolhas de
cargos importantes. Cargos que não deveriam ser setorizados por partidos, mas
sim preenchidos por pessoas competentes para realizar as tarefas cabíveis a
cada um deles. Os critérios para as escolhas deveriam ser exigentes e compostos
por fatores como experiência comprovada, carreira ilibada e capacidade técnica,
diferentemente das indicações arbitrárias de partidos interesseiros. A
configuração atual apenas demonstra a preocupação “bairrista” e mesquinha que
busca satisfazer egos e relações promíscuas deixando de lado o bem estar do
país. Preocupa-me sobremaneira a estratégia propagandista que possibilita o
seguinte paradoxo: a maior parte dos brasileiros não acredita nos políticos,
mas os índices de aprovação do ex-presidente Lula e da atual Dilma são altos.
As notícias e os
comentários na grande mídia tratam as demissões de cinco ministros em nove meses como uma faxina da presidente que se
esforça para conter a corrupção. Até agora ninguém teve coragem de apontar a
presidente como culpada também, afinal foi ela quem assinou as nomeações e foi
eleita para isso. O medo da imprensa chega a dar pena. Eles não têm coragem de
desafiar a opinião pública e as "estatísticas" e questionar mais veementemente a
presidente porque ela tem feito escolhas tão ruins e porque tem cedido tanto ao
jogo dos partidos. Como ela, e Lula antes dela, têm a extrema capacidade de não
saberem de nada é um mistério tão grande quanto o do ET de Varginha e nos faz
pensar se não é hora de trocar não os ministros do governo, mas o
oftalmologista que cuida da saúde das vistas dos presidentes.
[1] - Pode parecer ao leitor desavisado que demonizo a
política, mas minha intenção não é esta. Trato o termo político no sentido
clássico e, por isso, considero-a como dimensão importante do ser humano tido
por Aristóteles como zoon politikon,
ou seja, animal (ser vivente) político.
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